Lituânia recusa extradição da líder opositora de Belarus, Svetlana Tikhanovskaia
Belarus anunciou nesta sexta-feira (5) que solicitou à Lituânia a extradição da líder opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia, processada no país por liderar o movimento de protestos após a eleição de 2020. As autoridades lituanas reagiram rapidamente e rejeitaram o pedido.
Em um comunicado, Belarus afirmou que fez um pedido oficial de extradição de Svetlana Tikhanovskaia à Procuradoria Geral da Lituânia, onde a líder opositora se refugiou, após ter sido ameçada pelo regime bielorusso. O objetivo de Minsk é processá-la "por crimes contra a ordem pública e a segurança". O governo do país lembrou que a extradição é possível graças a "um acordo bilateral de assistência jurídica de 1992".
Em resposta, as autoridades lituanas garantiram que Tikhanovskaia está protegida no país. "Todos os que encontraram refúgio na Lituânia podem se sentir seguros e não serão entregues aos governos [que exigem a extradição], seja pela sua luta pela democracia e a liberdade de expressão, ou pelas suas crenças", afirmou o chefe da diplomacia lituana, Gabrielius Landsbergis, em um comunicado. "Temos apenas uma coisa a dizer ao regime bielorusso: fará frio no inferno antes que examinemos os pedidos de vocês", frisou.
No Twitter, Svetlana Tikhanovskai
disse estar "grata à Lituânia", e elogiou Landsbergis por "não só enfrentar o governo de Lukashenko, mas também por enviar uma forte mensagem de apoio aos bielorrussos".
Ameaçada de morte
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, reprime desde o ano passado uma histórica onda de protestos após sua polêmica reeleição em agosto. Adversária de Lukashenko na eleição presidencial e destacada figura da oposição bielorrussa, Tikhanovskaia fugiu para a Lituânia pouco depois da votação. Ela afirma ter sido ameaçada de morte pelos serviços de segurança do país.
As autoridades bielorrussas a acusam de organizar "distúrbios em massa" no ano passado, em referência ao movimento de manifestação. Ela também é processada desde o outono de 2020 por "pedir ações que atentam contra a segurança nacional", um crime passível de três a cinco anos de prisão.
A líder opositora sempre insistiu no caráter pacífico das manifestações, denunciando o uso da força e da repressão por parte das autoridades bielorussas. Ao confrontar um imenso movimento de contestação, Minsk recorreu a violências policiais e prisões de centenas de pessoas, entre elas, seus principais oponentes.
A repressão orquestrada por Lukashenko foi duramente condenada pelos países ocidentais. Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções contra próximos do presidente bielorusso. Mas, apoiado pela Rússia, ele resistiu às pressões.
(Com informações da AFP)
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