Itália continuará bloqueando vacinas enquanto houver atrasos
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, afirmou hoje que o governo continuará bloqueando as exportações de vacinas contra covid-19 produzidas no país enquanto houver atrasos no cumprimento dos contratos.
A declaração refere-se à decisão divulgada na quinta-feira (4) de reter cerca de 250 mil doses do imunizante AZD 1222 (ou Covidshield), produzidos pela AstraZeneca, que seriam enviadas para a Austrália.
"As farmacêuticas estão com atrasos nos fornecimentos garantidos à União Europeia. Os atrasos são inaceitáveis e enquanto eles existirem, nós continuaremos a bloquear", disse Di Maio em uma coletiva ao lado de seu homólogo francês Jean-Yves Le Drian.
Segundo o chanceler, a medida "não é um ato hostil contra a Austrália", mas sim uma resposta às empresas. "Há um regulamento europeu que prevê o bloqueio das exportações para países não vulneráveis e, por esse acordo com as instituições europeias, nós decidimos pelo bloqueio", acrescentou.
Di Maio também ressaltou que oferece "máxima solidariedade para os países em dificuldades, mas a Itália e a Europa devem ter o respeito aos contratos firmados e aos prazos de fornecimentos".
Horas antes da coletiva do ministro italiano, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, se pronunciou sobre a atitude do governo de Roma e disse "entender" os motivos do país europeu. Apesar de dizer que a retenção não afeta a campanha de vacinação local, o Ministério da Saúde australiano pediu à Comissão Europeia que a decisão seja reconsiderada.
A AstraZeneca, que produz a vacina anti-Covid em parceria com a Universidade de Oxford, prometeu uma entrega de 4,2 milhões de doses de sua vacina aos italianos só no primeiro trimestre de 2021. Porém, até esta sexta-feira, enviou apenas 1,5 milhão de doses.
Assim como na Itália, toda a União Europeia está sofrendo com atrasos na entrega dos lotes tanto da AstraZeneca como nos casos da Pfizer/BioNTech e da Moderna.
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