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Motorista de van no Canadá é condenado por matar 10 pessoas

03/03/2021 16h00

Toronto, Canadá, 3 Mar 2021 (AFP) - Um canadense de 28 anos que atropelou pedestres com uma van em um ataque fatal há três anos em Toronto foi condenado nesta quarta-feira (3) por matar 10 pessoas e tentar matar outras 16.

A juíza do Tribunal Superior de Ontário, Anne Molloy, rejeitou os argumentos da defesa de que o transtorno de espectro autista de Alek Minassian o tornou incapaz de discernir o certo do errado no que ela chamou de um crime "horrível".

Minassian pode pegar uma pena mínima de 25 anos de prisão. Em meados de março, a sentença será definida em um caso que é considerado um dos mais terríveis atentados no Canadá.

"Seu ataque a essas 26 vítimas foi o ato de uma mente lúcida, apesar de sua natureza horrível e apesar do fato de que ele não tem remorso ou empatia por suas vítimas", disse Molloy em sua sentença.

"Ele sabia que era moralmente errado para os padrões da sociedade", disse ela, mas "escolheu cometer os crimes de qualquer maneira".

Molloy decidiu que ele era "criminalmente responsável por suas ações".

Durante as seis semanas que durou o julgamento, vários psiquiatras deram seu testemunho.

A mãe de Minassian alegou que ele sofre de síndrome de Asperger, uma forma de autismo que inclui problemas de comunicação ou interação social.

E o advogado de defesa Boris Bytensky argumentou que o sofrimento de Minassian o tornava incapaz de discernir o certo do errado e de tomar uma decisão racional ao decidir atacar os pedestres.

- Estigmatização -Grupos de ativistas condenaram o argumento do autismo como uma defesa, temendo que isso pudesse estigmatizar ainda mais as pessoas com o transtorno.

Minassian acelerou uma van alugada ao longo de dois quilômetros de vias e calçadas, atropelando indiscriminadamente os pedestres.

Ele só interrompeu o ataque, segundo a polícia, depois que o para-brisa foi obstruído pelo derramamento de uma dose de café.

Em seu julgamento, disse que faria de novo se fosse libertado da prisão para melhorar sua "contagem de assassinatos".

Pouco antes do ataque, ele postou no Facebook: "A rebelião 'incel' já começou", referindo-se ao assassino em massa americano Elliot Rodger, que realizou um ataque semelhante na Califórnia.

Durante um interrogatório policial, Minassian descreveu a raiva que sentia pelas mulheres e disse que isso motivou o ataque.

Ele disse que se juntou a uma comunidade online de homens de mesma opinião que se descrevem como "incels" ou "celibatários involuntários", cujas frustrações sexuais os levaram a abraçar uma ideologia misógina.

No entanto, em entrevistas subsequentes com médicos, deu motivos diferentes para o ataque, incluindo a busca de notoriedade.

Molloy observou em sua decisão que a "morte de pessoas inocentes", neste caso, foi "uma das tragédias mais devastadoras que a cidade já suportou, a fim de alcançar notoriedade".

Tentando limitar a publicidade que Minassian buscava, se referiram a ele como 'John Doe' (João-Ninguém) ao ler o veredicto transmitido ao vivo no YouTube.

amc/jm/yo/dga/ap/mvv

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