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Covid-19: apenas 25% das doses da vacina AstraZeneca recebidas foram usadas na França

03/03/2021 12h52

Seria má publicidade? Dúvidas a respeito dos estudos? O fato é que apenas 25% das doses da vacina AstraZeneca recebidas pela França foram usadas para combater a Covid-19, conforme admitiu o Ministério da Saúde na terça-feira (2), reconhecendo que havia um "problema" de subutilização do imunizante nos hospitais do país.

"No caso da AstraZeneca, há uma situação particular: estamos [no domingo à noite], com 24-25% do consumo dos estoques", contra "quase 70%" em média de todas as vacinas disponíveis", explicou o ministério durante um balanço semanal sobre a campanha de vacinação.

Das primeiras 600 mil doses da vacina AstraZeneca entregues no início de fevereiro em hospitais franceses, "temos sim uma questão de consumo, (...) pois percebemos que cerca de 75% dos estoques não foram injetados", acrescentou a mesma fonte. Estas doses deveriam ser aplicadas em profissionais de saúde com menos de 65 anos e pessoas em situação de risco, entre 50 a 64 anos.

Muitos profissionais de saúde evitaram a vacina da AstraZeneca, especialmente por causa dos efeitos colaterais mais pronunciados. Na maioria das vezes, são sintomas semelhantes aos da gripe, em pessoas mais jovens. Mas também surgiram questões sobre a eficácia deste imunizante no combate à variante sul-africana da Covid-19.

Para aumentar o uso dessa arma no combate à Covid-19, o governo autorizou a sua distribuição aos médicos clínicos-gerais, que agora podem aplicar a vacina em seus consultórios. A "vacina da Oxford" é mais barata e fácil de armazenar. Ela já foi licenciada em mais de 50 países em quatro continentes e foi comprada, inclusive, pelo Brasil.

A vacina da AstraZeneca alcançou 76% de eficácia contra o coronavírus clássico em ensaios clínicos, após a primeira dose. Quando uma segunda dose é administrada, num prazo médio de 12 semanas ou mais após a primeira, a eficácia aumenta para 82%.

Recomendação estendida

Em um outro movimento para aumentar o consumo da AstraZeneca, o ministro francês da Saúde, Olivier Verán, estendeu a recomendação para o uso do imunizante em pessoas de 65 a 75 anos que apresentem fatores de risco.

"Agora, todas as pessoas com 50 anos ou mais e com comorbidades ou fragilidades como diabetes, hipertensão ou histórico de câncer podem ser vacinadas com AstraZeneca sem limite de idade", disse o Ministro da Saúde ao canal de TV France 2. "Para quem tem 75 anos ou mais, serão sempre [as vacinas da] Pfizer ou Moderna" que serão aplicadas e "num posto de vacinação", acrescentou Véran.

A extensão foi dada após um parecer publicado pela Alta Autoridade de Saúde do país, na terça-feira (2), levando em consideração novos estudos realizados no Reino Unido, e que mostram que a vacina AstraZeneca é eficaz no combate às formas graves, inclusive na redução de internações em idosos.

 

 

 

 

 

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