Carlos Ghosn lança livro em que volta a acusar França, Japão e Renault-Nissan de complô
Em um livro lançado nesta quarta-feira (3), em francês, Carlos Ghosn e sua esposa Carole reiteram a tese de que o executivo franco-líbano-brasileiro foi vítima de um complô organizado por França, Japão e Renault-Nissan, que o obrigou a fugir da Justiça japonesa.
O Japão "é um país magnífico, mais cuidado. No que diz respeito à Justiça, está mais próximo de uma ditadura que de uma democracia!", diz Ghosn em "Ensemble, toujours" (Juntos, sempre), escrito a quatro mãos com sua esposa.
No livro eles descrevem os meses de prisão provisória, quando esperavam por um processo. Colocado em liberdade após ter pago fiança, o executivo fugiu das autoridades japonesas em dezembro de 2019. "Minha saída do Japão para o Líbano é um gesto de amor pela Carole", afirma.
Ghosn, que tem nacionalidades francesa, libanesa e brasileira, chegou em 30 de dezembro em Beirute, onde ficou fora do alcance da Justiça japonesa porque o Líbano não extradita seus cidadãos. Desde então, ele tenta defender sua honra à distância, através da publicação de livros, um primeiro lançado em 2020, e entrevistas.
De acordo com Ghosn, ao tentar acusá-lo de fraude, a Nissan "quis se desfazer de um símbolo e do controle francês da aliança" com a Renault e a França. "Quis dar um exemplo e sacrificou o 'soldado Ghosn'" para "não explodir o grupo" Renault Nissan, defende.
Desde a saída do executivo da montadora, a Renault se encontra, segundo ele, em um "marasmo absoluto" e ficou sob o "controle do Estado".
Pedido de prisão da Interpol
No livro, Ghosn pede o cancelamento do pedido de prisão feito pela Interpol, que o impede de sair do Líbano. "Existem três critérios segundo os quais a Interpol pode cancelar um mandato de prisão internacional: se eu provar que meu caso é político, que os direitos humanos foram violados e que o processo não compete à Justiça. Eu correspondo aos três", afirma.
Durante sua ausência, um processo está em curso em Tóquio para julgar o ex-responsável jurídico da Nissan, o americano Greg Kelly. Dois americanos acusados de ter ajudado Ghosn a fugir de Tóquio foram extraditados dos Estados Unidos para o Japão na terça-feira (2).
Em Istambul, onde o executivo realizou uma correspondência, três cidadãos turcos também foram condenados em fevereiro a quatro anos e dois meses de prisão por participação na fuga.
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