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Morre Vernon Jordan, ícone da luta pelos direitos civis nos EUA

02/03/2021 15h38

Washington, 2 Mar 2021 (AFP) - Vernon Jordan, um pioneiro da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e ex-assessor do presidente Bill Clinton, morreu na noite de segunda-feira aos 85 anos, anunciou sua família à imprensa americana.

"Meu pai faleceu ontem à noite por volta das 22h00, cercado por seus familiares, com sua esposa e filha ao seu lado", afirmou sua filha, Vickee Jordan Adams, em um comunicado.

Jordan, um prestigiado advogado, presidiu a National Urban League, uma grande organização que defende os direitos dos afro-americanos, entre 1971 e 1981.

Em 1980, um supremacista branco tentou assassiná-lo ferindo-o gravemente.

"Dos direitos civis ao mundo dos negócios, Jordan exibiu as maiores qualidades de um líder e abriu um caminho que não existia antes para os afro-americanos", disse Jaime Harrison, presidente do Comitê Nacional Democrata.

Nancy Pelosi, a presidente democrata da Câmara de Representantes, lamentou a morte de um "gigante do movimento pelos direitos civis".

Jordan nasceu em 1935 em Atlanta, na Geórgia, e cresceu naquele estado do sul, onde havia rígida segregação racial na época.

Formado em direito pela Howard University, fundada em Washington para acolher estudantes afro-americanos, Jordan interveio em vários casos para defender o direito de voto dos cidadãos negros e acabar com a segregação.

Jordan, que durante um tempo foi um conselheiro oculto de várias personalidades importantes, teve que abrir mão de sua discrição durante o julgamento de impeachment contra seu amigo, o presidente Bill Clinton, que começou no final de 1998.

Teve que se defender das acusações segundo as quais ele teria usado seus contatos para encontrar um emprego para Monica Lewinsky em 1998, ao fim da relação da ex-estagiária da Casa Branca com o presidente, em troca de seu silêncio.

Jordan negou ter sugerido à jovem que mentisse, mas reconheceu que a ajudou a encontrar um emprego no setor privado antes de o escândalo estourar.

O Senado absolveu Clinton em fevereiro de 1999.

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