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Netanyahu acusa Irã por explosão de navio israelense e promete retaliação

01/03/2021 08h08

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesta segunda-feira (1°) que o Irã está envolvido na explosão de um navio israelense no mar de Omã. Teerã negou as acusações e alertou sobre o risco do aumento da tensão entre os dois países.

"Rejeitamos veementemente essa acusação", declarou o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Saïd Khatibzadeh, durante uma coletiva de imprensa em Teerã. Segundo ele, "a fonte da acusação é a menos crível possível, o que mostra sua falta de veracidade".

Netanyahu já havia prometido agir contra os interesses do Irã no Oriente Médio. O navio israelense MV Helios Ray, que transportava veículos, realizava o trajeto entre a cidade saudita Dammam e Singapura quando explodiu no Estreito de Ormuz, na semana passada. O local da explosão, no Mar de Omã, é considerado estratégico: na área, circula grande parte do petróleo mundial e opera uma coalizão dirigida pelos Estados Unidos.

No sábado (27), o ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, citou a hipótese de um ataque do Irã contra o navio,. Segundo o governo de Israel, o Irã tenta aumentar a pressão junto à comunidade internacional para renegociar o acordo sobre o nuclear com Washington.

O premiê israelense se mostrou mais direto. "Está claro que é um ato iraniano. Sobre a minha resposta, vocês conhecem minha política. O Irã é o maior inimigo de Israel e estou determinado a acabar com essa situação. Vamos agir contra eles em toda a região", disse Netanyahu em entrevista a uma rádio israelense.

"Mais importante ainda, o Irã não terá nenhuma arma nuclear, com ou sem acordo. É o que eu disse a meu amigo, o presidente Biden", reiterou. O navio israelense está, desde domingo (28), no porto Mina Rashid, em Dubai. O acesso à embarcação foi bloqueado.

Forte tensão desde novembro de 2020

A tensão entre Irã e Israel cresceu no final do ano passado. Em novembro, Teerã acusou o serviço de inteligência israelense de estar envolvido no assassinato do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh. No domingo, o governo iraniano também apontou Tel Aviv como responsável por ataques contra posições iranianas na Síria. A defesa aérea síria interceptou mísseis israelenses sobre Damasco, sem deixar vítimas.

Desde o início da guerra da Síria, o Estado hebreu já realizou diversos ataques contra o país e seus aliados, principalmente o Irã e o Hezbollah libanês, inimigos de Israel que ajudam militarmente as forças de Bashar Al-Assad. Representantes do país declaram com frequência que não permitirão que a Síria se torne terreno do Irã.

No domingo, o jornal iraniano Kayhan, considerado como o porta-voz do braço ultraconservador do sistema político iraniano, afirmou que o navio israelense "provavelmente caiu em uma armadilha". Segundo a publicação, "a embarcação espiã recolhia informações no Golfo Pérsico e no Mar de Omã". Teerã se considera, ao lado da Síria, do Hezbollah, do movimento palestino Hamas e dos dissidentes iraquianos e do Iêmen, um "grupo de resistência" contra Israel no Oriente Médio.

O governo israelense também acusa o Irã de preparar "ações terroristas" contra civis. "O exército vai agir diante destas ameaças (...) graças a seu serviço de inteligência", declarou o chefe militar Aviv Kohavi no domingo.

No ano passado, o jornal americano Washington Post evocou um ciberataque da parte de Israel contra o porto iraniano de Shahid Rajaei, no Estreito de Ormuz, em represália a outra ação cibernética contra instalações hidráulicas civis em Israel.

(Com informações da AFP)

 

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