Militares acusam Suu Kyi de mais 2 crimes em Myanmar
Nesta segunda-feira, Suu Kyi teve a primeira audiência judicial sobre as outras duas acusações feitas pelos militares, de violação da lei de comércio internacional por ter importado rádios de comunicação para seus agentes de segurança e por ter violado a lei de catástrofes ambientais por conta da pandemia de Covid-19.
Este último "crime" também foi imputado contra o presidente do país, Win Mynt. Ambos estão em prisão domiciliar em uma residência na capital Nai Pyi Daw.
Ainda conforme o representante de defesa de Suu Kyi, ele não foi autorizado a falar com sua cliente antes da audiência. A próxima sessão está marcada para 15 de março.
Mesmo com a intensa repressão policial, que causou ao menos 18 mortes neste fim de semana, milhares de pessoas voltaram às ruas para exigir a retomada da democracia em Myanmar e a libertação dos presos políticos nesta segunda-feira. Barricadas foram erguidas em diversas ruas de Yangon pelos manifestantes com madeiras e pneus. Outras localidades também registraram marchas pela democracia.
Golpe - O golpe militar dado em 1º de fevereiro foi justificado por conta de uma suposta fraude eleitoral no pleito de 8 de dezembro - a data escolhida era a da posse dos novos parlamentares.
Após a prisão de Suu Kyi e Myint, as Forças Armadas assumiram o poder através de uma junta militar e decretaram um ano de emergência. Porém, desde o início, milhares de pessoas estão indo às ruas para exigir a volta da democracia.
No primeiro momento, os militares não agrediam os manifestantes, mas dia após dia a violência foi aumentando com este fim de semana sendo o mais violento em um mês.
Suu Kyi lidera o partido Liga Nacional para a Democracia (NLD) e teve uma vitória avassaladora em dezembro, com mais de 70% dos votos recebidos. No entanto, segundo analistas, os militares perceberam que estavam perdendo poder e influência para a líder civil e decidiram dar um golpe de estado. (ANSA).
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