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Vírus: variante britânica domina na Bélgica, onde a epidemia volta a crescer

26/02/2021 15h09

A variante britânica do coronavírus, que surgiu no final de 2020 e é mais contagiosa, agora é a cepa dominante na Bélgica, onde as autoridades pediram "muita cautela" nesta sexta-feira (26) diante dos primeiros sinais de retomada da epidemia.

"Tenham cuidado, a situação continua particularmente delicada", disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, após uma reunião do governo onde qualquer relaxamento das restrições anti-Covid foi descartado.

A principal preocupação é uma forte recuperação nas hospitalizações (mais de 200 nas últimas 24 horas), que coincide com o anúncio da presença majoritária da variante britânica entre os novos pacientes identificados.

"Na semana passada, cerca de 53% das infecções foram causadas pela variante britânica, contra 38% na semana anterior", disse o virologista Steven Van Gucht. As variantes sul-africana (2,2%) e brasileira (0,9%) continuam em minoria, disse.

Para efeito de comparação, na França, a cepa britânica atinge "cerca de metade" dos casos de Covid-19, anunciou o governo francês na quinta-feira (25).

A Bélgica, que fornece a cada dia uma média diária calculada nos últimos sete dias, registrou nesta sexta-feira um salto de 24% nas infecções em relação à semana anterior (quase 2.300 infecções por dia). Os números voltaram a subir na segunda-feira.

Ainda mais alarmante, segundo as autoridades, a barra de 400 pacientes da Covid internados em terapia intensiva foi novamente cruzada nesta sexta-feira, o que não acontecia desde o início de janeiro.

Por precaução, os hospitais belgas reservam metade de seus leitos de reanimação para pacientes com a Covid, anunciou o ministro da Saúde, Frank Vandenbroucke.

Todas as faixas etárias são afetadas pela repercussão das infecções, exceto aqueles com mais de 80 anos, um efeito da vacinação que imunizou pela primeira vez residentes desta faixa etária e funcionários de lares de idosos a partir de janeiro.

"Ducha de água fria"

A Bélgica, onde a pandemia matou mais de 22.000 pessoas, vive em lockdown parcial há quase quatro meses. As escolas permaneceram abertas, mas o ensino é feito à distância para os alunos, enquanto os cafés e restaurantes, assim como os teatros, estão fechados.

Além disso, viagens não essenciais ao exterior estão proibidas desde 27 de janeiro, medida que rendeu à Bélgica um pedido de explicações da Comissão Europeia. Relaxar todas essas restrições hoje seria "tolice e irresponsabilidade", insistiu o primeiro-ministro belga à imprensa, após uma reunião do governo.

Os setores de turismo e cultura estavam apostando em um cronograma de saída do lockdown, mas esse anúncio não deve ser esperado antes de uma nova reunião marcada para uma semana, disse De Croo. "Para mim também é uma ducha de água fria, gostaria que fosse diferente", disse o líder liberal flamengo.

A única mudança anunciada foi que, a partir de 1º de março, o toque de recolher será adiado para a meia-noite na Valônia (ao sul, de língua francesa), em vez das 22 horas atuais, o que se alinha com a situação em Flandres (ao norte, de língua holandesa). Mas a proibição de sair entre 22h e 6h continua em vigor na região de Bruxelas.

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