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Embaixador italiano morto na RDC foi 'traído', diz esposa

26/02/2021 15h57

Roma, 26 Fev 2021 (AFP) - O embaixador italiano morto em uma emboscada na República Democrática do Congo (RDC), enquanto viajava em um comboio da ONU, foi "traído, vendido" - denunciou sua esposa em uma entrevista publicada na Itália nesta sexta-feira (26).

Luca Attanasio, de 43 anos, morreu na última segunda-feira, depois que agressores não identificados emboscaram um comboio de dois veículos do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na província de Kivu do Norte, perto da fronteira com Ruanda.

O segurança do embaixador, o policial italiano Vittorio Iacovacci, de 30, e o motorista congolês do PMA, Mustapha Milambo, de 56, também morreram durante o ataque. Outras quatro pessoas sobreviveram.

"Luca foi traído por alguém próximo a nós, à nossa família", disse a esposa de Attanasio, Zakia Seddiki, ao jornal italiano Il Messaggero.

"Alguém que conhecia seus movimentos o traiu, o vendeu", acrescentou.

Segundo o jornal La Stampa, Attanasio havia solicitado em 2018 ao Ministério das Relações Exteriores que dobrasse o efetivo de segurança da embaixada, de dois para quatro policiais, mas o pedido foi rejeitado.

O jornal destaca que o embaixador anterior contava com quatro carabineiros.

O ministério das Relações Exteriores refutou essa informação, destacando que o pedido foi feito antes das eleições de dezembro de 2018 em um "clima de grande tensão política e social" e que foi concedido para o período solicitado.

Representante diplomático da Itália em Kinshasa desde 2017, Attanasio foi homenageado ontem (25), em Roma, com uma cerimônia fúnebre com honras de Estado e será enterrado no sábado em sua cidade natal, Limbiate, perto de Milão.

O PMA anunciou, por sua vez, que abriu três investigações separadas sobre o ataque, conforme solicitado pelas autoridades italianas.

De acordo com as autoridades congolesas e italianas, o comboio foi vítima de uma emboscada a três quilômetros de seu destino, a cidade de Kiwanja, onde o comboio da ONU deveria visitar uma escola.

Seis homens com fuzis AK-47 obrigaram os ocupantes dos dois veículos a segui-los até o Parque Nacional de Virunga, uma reserva de vida selvagem, depois de matarem o motorista congolês.

Alertados pelos disparos, um grupo de guardas florestais deste parque e soldados congoleses enfrentou os agressores. No tiroteio, Attanasio ficou gravemente ferido, e Iacovacci morreu imediatamente.

As autoridades da República Democrática do Congo acusaram os rebeldes ruandeses huthus das Forças Democráticas pela Libertação de Ruanda pelo crime. Eles negam qualquer participação e responsabilizam membros dos exércitos ruandês e congolês.

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