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Itália exige da ONU respostas sobre a morte de embaixador na República Democrática do Congo

Embaixador da Itália na República Democrática do Congo, Luca Attanasio, morreu em um ataque a comboio da ONU - AFP/Ministério das Relações Exteriores da Itália
Embaixador da Itália na República Democrática do Congo, Luca Attanasio, morreu em um ataque a comboio da ONU Imagem: AFP/Ministério das Relações Exteriores da Itália

Em Roma

24/02/2021 06h53Atualizada em 24/02/2021 08h03

A Itália pediu à ONU a abertura de uma investigação e "respostas claras" após a morte de seu embaixador na República Democrática do Congo (RDC) em um ataque contra um comboio do Programa Mundial de Alimentos (PMA) - afirmou o chefe da diplomacia italiana hoje.

"Pedimos formalmente ao PMA e à ONU a abertura de uma investigação para esclarecer o que aconteceu, as razões que justificam o dispositivo de segurança aplicado e quem foi responsável por estas decisões", afirmou o ministro Luigi Di Maio aos deputados italianos.

"Explicamos que esperamos, o mais rápido possível, respostas claras e exaustivas", completou.

O embaixador Luca Attanasio, de 43 anos, foi baleado quando o comboio do PMA, no qual ele viajava, sofreu uma emboscada na província oriental de Kivu do Norte, perto da fronteira com Ruanda.

Também foram mortos seu segurança italiano, o carabineiro Vittorio Iacovacci, e um motorista congolês do PMA, Mustafá Milambo.

O Kivu do Norte é considerado uma das áreas mais perigosas da RDC, na orla do Parque Nacional de Virunga. De acordo com autoridades humanitárias, porém, a rota em que o comboio estava viajando não exigia escolta.

"Esperamos que a agência nos forneça um relatório exaustivo sobre tudo que esteja relacionado com o programa da visita e as medidas de segurança tomadas para proteger a delegação", frisou Di Maio.

Embora o embaixador pudesse decidir por si mesmo como viajar pelo país, a organização da viagem ao leste da RDC era de responsabilidade total do PMA.

"A missão se deu a convite das Nações Unidas. Por isso, a viagem de carro também foi realizada no âmbito da organização prevista pelo PMA", disse o ministro.

O chanceler italiano ressaltou que a Procuradoria de Roma abriu uma investigação e enviou uma equipe de investigação de uma força especial de carabineiros, a ROS.

"Pelo que sei, outras equipes se seguirão", completou Di Maio.

Os corpos do diplomata e do jovem carabineiro chegaram a Roma na noite de ontem a bordo de um avião militar, um Boeing 767, em caixões envoltos na bandeira italiana.

O primeiro-ministro Mario Draghi e Luigi Di Maio foram ao aeroporto de Ciampino receber a viúva do embaixador e suas três filhas.

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