Pandemia é oportunidade de "reintegrar" América Latina, diz Fernández
"Nos últimos anos, a América Latina se dissociou e a pandemia nos deixou distantes. Agora temos a oportunidade de nos reintegrarmos para enfrentar esta crise", disse o presidente argentino na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), sediada em Santiago.
Fernández explicou que a pandemia "colocou em evidência que as bases econômicas e sociais da região eram frágeis" e criticou a "falta de união" entre os países ao encarar a crise sanitária e gerir a distribuição das vacinas.
"Cada país se apressou para resolver o próprio problema. Se tivéssemos enfrentado a negociação unidos, as nossas condições teriam sido melhores. Agora, trabalhar em conjunto é a única forma", acrescentou.
Desde que foi relatado no Brasil o primeiro caso de covid-19 na América Latina, em fevereiro do ano passado, cada país iniciou os próprios acordos para obter as vacinas e, embora alguns tenham aderido à plataforma COVAX, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não desenvolveram iniciativas regionais.
Na opinião do mandatário argentino, a fórmula para enfrentar a pandemia é o multilateralismo, a cooperação entre países e o desenvolvimento de um "capitalismo mais humanitário".
"É necessário deixar para trás a injustiça de um sistema que torna muitas pessoas ricas, mas que adia a realidade de tantos outros seres humanos. Isto não tem lugar no século XXI", explicou Fernández, que foi imunizado com a vacina russa Sputnik V antes de viajar para o Chile.
Horas antes de discursar na Cepal, Fernández se encontrou com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, com quem concordou em trabalhar para "enfrentar melhor o mundo globalizado".
Desde a chegada ao Chile, na terça-feira, Fernández participou de uma reunião pública com presidente chileno, Sebastián Piñera, visitou o gabinete do ex-presidente Salvador Allende, localizado no palácio do governo, e se reuniu com representantes do Congresso e empresários chilenos.
Apesar do atrito anterior entre Piñera e Fernández por causa das diferenças na gestão da pandemia, ambos decidiram "trabalhar em conjunto" para enfrentar a crise sanitária. EFE
pnm/vnm
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