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Mãe de Isabele se diz aliviada com decisão que ordenou internação de amiga

Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele Guimarães - Reprodução/TV Globo
Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele Guimarães Imagem: Reprodução/TV Globo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

25/01/2021 09h30

A mãe de Isabele Guimarães, 14, morta após ser atingida por um tiro na cabeça supostamente disparado acidentalmente por uma amiga, disse ter ficado aliviada com a decisão da Justiça que determinou que a adolescente de 15 anos cumpra três anos de internação em regime socioeducativo.

"Olha, no momento que eu soube dessa sentença, eu confesso que eu suspirei assim... Eu dei um suspiro profundo, mas carregado de angústia, de sofrimento, de muito pranto. Eu não tenho motivo nenhum para comemorar isso porque a minha filha não está aqui hoje, mas eu estou aliviada", contou Patrícia Hellen Guimarães Ramos, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida ontem.

O caso aconteceu em Cuiabá (MT), no dia 12 de julho do ano passado.

A decisão da juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá, determinou que a "medida adequada" seria o grau máximo de intervenção estatal por ato infracional análogo a homicídio qualificado.

"Aos 14 anos ceifou a vida de sua amiga, também de 14 anos, em atuação que estampou frieza, hostilidade, desamor e desumanidade", justificou a magistrada.

Um recurso que pedia a liberdade da adolescente foi negado na última sexta-feira (22) pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva, do TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).

Na ocasião, o advogado da adolescente, Artur Osti, confirmou ao UOL que o recurso foi negado, mas não comentou sobre a situação dela. A jovem foi denunciada por ato infracional análogo a homicídio qualificado. De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o prazo de internação não pode ultrapassar o prazo de três anos e a manutenção deve ser reavaliada, no máximo, a cada seis meses.

Após a decisão da juíza, Osti lamentou, por meio de nota, o cumprimento antecipado da sentença que restringe a liberdade de ir e vir de "uma criança de apenas 15 anos".

A mãe de Isabele disse ainda esperar a condenação dos pais da adolescente. Eles se tornaram réus em novembro em ação judicial movida pelo Ministério Público de Mato Grosso, que denunciou o casal à Justiça.

"O que eu espero é que nós, como sociedade, possamos entender desse dilema enganoso sobre as armas e que nunca mais nenhuma família possa enfrentar o que a gente tem enfrentado", acrescentou ela.

Ela vai poder crescer, casar, ter filhos, conviver com a família, mas o que ela fez... ela extinguiu qualquer possibilidade de minha filha viver aquilo que ela vai viver...de crescer, de ser amada Patrícia Hellen Guimarães Ramos, mãe de Isabele

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