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Importante diplomata norte-coreano fugiu para a Coreia do Sul em 2019 (imprensa)

25/01/2021 08h22

Seul, 25 Jan 2021 (AFP) - Um diplomata norte-coreano, que atuava como embaixador no Kuwait, desertou em 2019 e fugiu para a Coreia do Sul com sua família, informou nesta segunda-feira (25) um jornal sul-coreano.

Ryu Hyun-woo chegou à Coreia do Sul em setembro de 2019, onde pediu asilo político, de acordo com o jornal Maeil Business, embora sua chegada tenha sido mantida em segredo.

Estima-se que 30 mil norte-coreanos fugiram da repressão e da pobreza em seu país para a Coreia do Sul, a maioria pela fronteira com a China. Mas deserções de autoridades são raras.

A chegada de Ryu acontece vários meses depois que o ex-embaixador interino na Itália, Jo Song Gil, também pediu asilo no Sul.

"Decidi desertar porque queria oferecer aos meus filhos um futuro melhor", disse Ryu, de acordo com o Maeil Business.

Ele assumiu o cargo de embaixador interino em setembro de 2017, depois que o Kuwait expulsou o diplomata So Chang Sik, após a adoção de sanções pela ONU contra Pyongyang por seu programa nuclear e balístico.

De acordo com a imprensa, Ryu é genro de Jon Il Chun, ex-chefe da Oficina 39, que administra os fundos secretos dos líderes norte-coreanos.

Se confirmada, seria uma deserção muito importante, como a do ex-número dois da embaixada norte-coreana na Grã-Bretanha, Tae Yong-Ho, em 2016, que foi um dos diplomatas de mais alto escalão a fugir do país nos últimos anos.

Eleito deputado no ano passado, Tae apresentou Ryu como pertencente ao "coração da elite" do regime.

"Independentemente dos privilégios que você possa desfrutar na Coreia do Norte, seu espírito muda quando você vai ao exterior e compara", disse ele.

A Coreia do Norte aumentou as restrições e o controle de suas fronteiras na luta contra o coronavírus, e o número de norte-coreanos que fugiram para o Sul caiu drasticamente no ano passado.

De acordo com Tae, o líder norte-coreano Kim Jong Un "nunca será capaz de impedir os norte-coreanos que sonham com a liberdade de ir para a Coreia do Sul".

Apesar de um degelo notável em 2018 por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno, as relações intercoreanas tornaram-se muito tensas desde o fracasso da segunda cúpula entre Kim e o ex-presidente dos EUA Donald Trump, em fevereiro de 2019, em Hanói.

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