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Emissário de Biden 'lamenta' ausência dos EUA na luta climática durante governo Trump

John Kerry, ex- secretário de Estados dos EUA e indicado por Biden para enviado especial do Meio Ambiente - Susana Vera/Reuters
John Kerry, ex- secretário de Estados dos EUA e indicado por Biden para enviado especial do Meio Ambiente Imagem: Susana Vera/Reuters

25/01/2021 17h54

O novo emissário dos Estados Unidos para a questão do clima, John Kerry, declarou nesta segunda-feira (25) durante uma cúpula online com outros líderes de todo o mundo que lamenta que seu país tenha se ausentado da luta contra as mudanças climáticas durante a presidência de Donald Trump.

O representante especial do presidente Joe Biden pediu aos Estados Unidos mais esforços para tornar os países mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas, que é um dos objetivos deste encontro, organizado pela Holanda.

O presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também se comprometeram a apoiar essa causa em suas declarações por vídeo.

"Três anos atrás, os cientistas nos deram um alerta bastante terrível. Eles afirmaram que tínhamos 12 anos para evitar as piores consequências das mudanças climáticas", disse John Kerry. "Temos nove anos restantes e lamento que meu país tenha ficado ausente por três desses anos", acrescentou.

Durante o mandato de Donald Trump, os EUA se retiraram do acordo climático de Paris. Um dos primeiros atos de Joe Biden após sua posse, em 20 de janeiro, foi reincorporar Washington no tratado.

"O presidente Biden fez do combate às mudanças climáticas uma das principais prioridades de seu governo. Agora temos um presidente, graças a Deus, que governa, diz a verdade e presta atenção nesse assunto", declarou Kerry, ex-chefe da diplomacia americana.

"Portanto, estamos orgulhosos de estar de volta, estamos de volta, quero que saibam, com humildade, devido a nossa ausência nos últimos quatro anos, e faremos tudo o que pudermos para compensar", afirmou.

Reduzir a vulnerabilidade

Esta cúpula é a primeira a enfocar os efeitos das mudanças climáticas, segundo os organizadores. As precedentes foram dedicadas principalmente ao combate às causas do fenômeno, em particular às emissões.

Trata-se, acima de tudo, de reduzir a vulnerabilidade dos países à elevação do nível do mar, às condições climáticas extremas e à escassez de alimentos.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou o lançamento de uma iniciativa internacional chamada "Coalizão de Ação de Adaptação", em parceria com Egito, Bangladesh, Malawi, Holanda, Santa Lúcia e as Nações Unidas.

"É inegável que as mudanças climáticas já estão acontecendo e estão devastando vidas e economias", disse Boris Johnson. "Temos que nos adaptar ao fato de que o clima muda e temos que fazer isso agora."

A chanceler alemã e o presidente francês, por sua vez, destacaram a necessidade de promover a adaptação aos efeitos do clima e anunciaram as verbas que seus governos estão dispostos a destinar a essa questão.

Kerry, por outro lado, advertiu que a "melhor adaptação" é fazer mais para limitar a elevação da temperatura do planeta a 1,5 °C.

Um aumento de 3,7 a 4,5 ºC - o cenário mais plausível se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa - criaria "condições fundamentalmente insuportáveis" para todos, exceto nos lugares mais ricos do planeta, acrescentou Kerry.

Por sua vez, o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, expressou sua satisfação com o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris e elogiou a "liderança visionária do presidente americano Joe Biden".

O encontro, no qual também falará o secretário-geral da ONU, António Guterres, prevê a adoção de um "programa de ação de adaptação" para fazer frente aos efeitos como o aumento do nível de mar, condições climáticas extremas e colheitas ruins.

A cúpula está sendo realizada de forma quase totalmente virtual devido à pandemia de coronavírus.

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