Portugueses escolhem presidente em meio ao confinamento por pandemia do novo coronavírus
Lisboa, 24 Jan 2021 (AFP) - Em meio ao rígido confinamento para frear o avanço do novo coronavírus, os portugueses votaram neste domingo (24) para escolher o novo presidente em uma eleição em que o favorito é o presidente em fim de mandato, o conservador moderado Marcelo Rebelo de Sousa.
"Aos que podem e querem votar, superem os seus medos", declarou o atual chefe de Estado, depois de ter votado em Celorico de Basto, no Minho (norte).
"A votação ocorre bem em todo o país, com distanciamento físico, respeito pelas normas sanitárias e paciência por parte dos portugueses [...]. As pessoas podem votar sem problemas", insistiu.
Com uma taxa de participação de 35,4% até às 16h (local e GMT), a movimentação parecia um pouco menor do que as das eleições presidenciais de 2016 (37,7% no mesmo horário), enquanto analistas temiam uma abstenção recorde de 70%.
Em todo o país, os eleitores tiveram que fazer fila em frente aos colégios eleitorais, mantendo distância e entrando nesses locais um a um.
"Embora seja importante vir votar apesar de estar confinado, não faz sentido sair de casa e encontrar milhares de pessoas", afirmou Luís Araújo à AFPTV, em frente a um colégio eleitoral em Lisboa.
- Recorde de falecidos -Dentro, a fila chegava às escadas. Os funcionários da limpeza, equipados com macacões de cobertura total, desinfetavam as instalações de forma permanente.
Para interromper o aumento de casos da covid-19, o país vive há dez dias um segundo confinamento geral.
Além das lojas e restaurantes, o governo fechou as escolas por quinze dias, enquanto no domingo um novo recorde de casos e mortes foi registrado, aumentando o total desde o início da pandemia para mais de 10.500 mortes.
Com mais de 85.000 novos casos registrados e quase 1.500 óbitos na semana que termina, Portugal ocupa o primeiro lugar no mundo em número de infectados em relação à população, superado apenas pelo enclave britânico de Gibraltar, segundo dados oficiais obtidos pela AFP.
No seu segundo discurso de campanha, o presidente em fim de mandato convidou os eleitores a votarem nele para evitar um segundo turno marcado para 14 de fevereiro e "evitar que os portugueses prolonguem a eleição por três semanas cruciais" de contenção da epidemia.
- Avanço da extrema-direita -"Uma abstenção de 70% é suficiente para um segundo turno ser inevitável", ressaltou Marcelo Rebelo de Sousa, ex-professor de direito de 72 anos que ganhou fama como comentarista político na televisão.
A previsão era de que as projeções da mídia local fossem divulgadas às 20h00 GMT e que os resultados oficiais fossem anunciados em sequência, embora todas as pesquisas realizadas antes das eleições tenham mostrado Rebelo de Sousa como vencedor já no primeiro turno.
Além da participação, a outra principal incógnita das eleições é se o candidato da extrema-direita André Ventura ficará no segundo lugar.
Desde o surgimento da democracia, em 1974, os quatro presidentes que Portugal teve foram eleitos no primeiro turno para um segundo mandato de cinco anos.
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