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Em colapso, RO anuncia transferência de doentes com covid-19 e pede médicos

Marcos Rocha, governador de Rondônia - Reprodução
Marcos Rocha, governador de Rondônia Imagem: Reprodução
do UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Manaus

24/01/2021 14h02

O governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), anunciou em pronunciamento ontem à noite que chegou a um acordo com o governo federal para transferir pacientes que estão em fila de espera para tratamento da covid-19. Sem vagas para mais atendimentos, ele fez ainda um apelo para que médicos se dirijam ao estado para ajudar equipes de saúde.

Temos equipes, mas tem uma profissão que faz grande falta: os médicos, aqueles que vão comandar essas equipes. Eu faço um apelo ao senhor doutor, à senhora doutor que, por favor, venha nos ajudar, ajudar os rondonienses porque nós temos os leitos, mas está faltando o senhor e a senhora para ajudar os demais integrantes da equipe de saúde

Segundo Rocha, um contato feito ontem com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o governo federal deve transferir pacientes e ajudar a desafogar a rede de saúde sem vagas para novos pacientes. Ontem, 543 pessoas estavam internadas tratando a doença em hospitais de Rondônia.

Nós passamos o dia em contato com o governo federal, com o general Pazuello, e ele de pronto disse que iria atender o nosso pedido e de fazer a transferência dos pacientes que estão na fila de espera e quantos mais forem necessários para outros hospitais federais do nosso país.

O estado enfrenta um aumento sem precedentes no número de casos confirmados, que mais que quintuplicou em apenas três semanas: em 1º de janeiro foram confirmados 270 casos, e na sexta foram 1.422. Ontem o estado confirmou mais 933 casos e 12 mortes.

Diante do cenário, o governador fez um apelo para que a população não faça festas e aglomerações.

"Eu tive essa doença, sei como ela é ruim. Eu perdi amigos, perdi ontem, inclusive, um grande amigo. Não podemos permitir que essa doença se amplie. Então, rondonienses, vamos manter a união de não disseminarmos esse vírus maldito que tem dilacerado famílias. Esse vírus não escolhe rico ou pobre; homem ou mulher; preto ou branco", diz.

UTI de Rondônia - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Colapso e casos mais graves

Ontem, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), disse que o sistema de saúde da capital e do estado de Rondônia está em colapso. A suspeita é de que a nova variante com origem no estado vizinho, o Amazonas, seja responsável pela explosão de casos.

"A situação hoje é muito mais grave daquela que tivemos no auge da pandemia em junho e julho. Hoje o sistema de saúde de Porto Velho está em colapso, todos os leitos da prefeitura e do governo estão ocupados. Provavelmente viveremos uma situação parecida com a que vimos no Amazonas", diz.

Segundo o prefeito, assim como relataram médicos ao UOL, os casos atuais que chegam de covid-19 estão com maior gravidade e com avanço muito mais rápido que visto na primeira onda.

"Nós não temos a confirmação científica ainda [que a nova cepa de origem do Amazonas] está circulando aqui, mas a probabilidade e os sintomas hoje são muito parecidos: há um agravamento muito rápido. O que antes levava uma semana a dez dias hoje está em coisa de três, quatro dias. Isso leva a um estresse muito rápido a rede", afirma.

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