Presidenciável indígena do Equador quer impedir mineração e ampliar prazos de dívida
Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - O dirigente indígena equatoriano Yaku Pérez busca conquistar a Presidência do país andino propondo uma consulta popular para impedir a mineração de metais em seu afã de proteger as fontes de água e substituir estas rendas em potencial com o desenvolvimento da agricultura e do turismo.
Se for eleito em 7 de fevereiro, Pérez também tentará fazer com que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras entidades multilaterais aceitem prorrogar os prazos para pagar o serviço da dívida até a economia do Equador se recuperar dos efeitos da pandemia de coronavírus.
"Não queremos que as marcas que a mineração deixou, marcas indeléveis, se repitam no Equador, e por isso (desenvolvemos) nossa proposta de que o Equador seja declarado território livre de mineração", disse Pérez em uma entrevista concedida à Reuters na noite de quarta-feira. "A alternativa não é a mineração."
"A ideia é levar a consulta popular para que sejam os equatorianos a dar seu consentimento ou não à mineração de metais em fontes de água, em zonas sensíveis", acrescentou o dirigente indígena, um advogado de 51 anos.
O Equador está impulsionando o desenvolvimento de projetos de mineração, cujas exportações proporcionaram receitas de 810 milhões de dólares entre janeiro e novembro de 2020, segundo dados oficiais.
Na pesquisa mais recente da empresa Market, Pérez aparece como terceiro entre os 16 candidatos à Presidência do país, atrás do jovem economista Andrés Arauz e do banqueiro Guillermo Lasso, mas seu apoio político será essencial em um eventual segundo turno, de acordo com analistas.
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