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Meghan tenta evitar julgamento em caso contra jornal britânico

19/01/2021 15h33

Londres, 19 Jan 2021 (AFP) - Um tribunal britânico começou a analisar, nesta terça-feira (19), a denúncia apresentada pela duquesa de Sussex, Meghan, esposa do príncipe Harry, contra o jornal sensacionalista Daily Mail, que ela denuncia por invasão de privacidade mas contra o qual quer evitar um julgamento midiática.

A ex-atriz americana, de 39 anos, acusa a empresa editora Associated Newspapers - que publica o Daily Mail, o Mail Online e sua versão dominical Mail on Sunday - de violar seus direitos ao publicar trechos de uma carta manuscrita enviada ao seu pai, Thomas Markle, em 2018.

Ele alega que sua filha o notificou "do fim de seu relacionamento" em uma carta polêmica entre a duquesa e o tablóide britânico Daily Mail.

Em um comunicado escrito ao juiz, divulgado na terça-feira pelo tribunal, Thomas Markle, 76, disse que a carta de sua filha "não foi uma tentativa de reconciliação", mas "uma crítica a mim".

"A carta não dizia que ela me amava. Ela nem perguntou como eu estava. Ela não demonstrou preocupação por eu ter sofrido um infarto e não fez perguntas sobre minha saúde", disse.

"Na verdade, isso sinalizou o fim do nosso relacionamento", disse ele, dando uma prévia do que poderia acontecer se os dois tivessem de testemunhar no tribunal.

Um processo também poderia trazer à luz detalhes comprometedores sobre a vida do neto de Elizabeth II e sua esposa, o primeiro membro mestiço da família real britânica, que nunca escondeu o sentimento de desconforto em meio aos rigores formais da monarquia.

Meghan pediu um "julgamento sumário", um procedimento no qual a lei anglo-saxônica permite que um caso seja resolvido sem julgamento. E isso é o que a Alta Corte de Londres analisa nesta terça e quarta-feira.

Para convencer o juiz Mark Warby da relevância de um "julgamento sumário", Justin Rushbrooke, advogado de Meghan, assegurou que "na realidade, no fundo, é um caso muito simples sobre a publicação ilegal de uma carta privada" de conteúdo "pessoal e sensível".

Se o juiz decidir em seu favor, o caso está acabado e sem chance de apelação. Mas se a duquesa perder, o caso terá um julgamento completo que Meghan teria que enfrentar com seu pai, com quem mantém uma relação muito tensa, diante do tribunal para testemunhar.

Evitando um julgamento, a esposa do príncipe - neto da rainha Elizabeth II - quer evitar que, como autorizou a justiça em setembro, a Associated Newspapers apoie sua defesa no livro "Finding Freedom", uma biografia recente sobre o casal e seu afastamento da monarquia britânica.

Os advogados do grupo afirmam que Meghan "cooperou com os autores" desse livro, que faz referência à carta, o que ela nega.

"Não faz sentido para o demandante colocar este tipo de carta em domínio público", argumentou seu advogado.

Na carta, ele disse, Meghan pediu a seu pai, que mora no México onde estrelou um escândalo com paparazzi antes do casamento do casal em maio de 2018, para ficar longe da mídia.

"São tristes dificuldades no relacionamento familiar que não são do interesse público", acrescentou.

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