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EUA: garçonete brasileira salva menino de 11 anos de torturas domésticas

Flaviane Carvalho participou de coletiva de imprensa da polícia para explicar o caso - Reprodução/FOX35
Flaviane Carvalho participou de coletiva de imprensa da polícia para explicar o caso Imagem: Reprodução/FOX35
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/01/2021 10h59

Uma garçonete brasileira que vive e trabalha em Orlando, nos EUA, está sendo considerada uma heroína local após socorrer um menino de 11 anos que, segundo a polícia, sofria tortura dentro de casa.

Durante entrevista coletiva concedida pela polícia ontem, Flaviane Carvalho disse que menino havia entrado no restaurante brasileiro Mrs. Potato no dia de ano novo com a mãe, o padrasto, e a irmã mais nova.

A gerente conta que percebeu um "grande arranhão" entre as sobrancelhas da criança e pouco depois notou um "hematoma no lado do olho". Outro sinal que a alertou de que algo estava errado foi que, enquanto a família comia, o prato do menino se manteve vazio.

"Eu também sou mãe e isso foi muito estranho para mim, porque você não nega comida para uma criança", disse a brasileira.

Ao detectar que o garoto poderia estar sendo abusado, Flaviane foi até um ponto do estabelecimento em que ele podia vê-la, mas os pais dele não.

"Eu escrevi uma placa perguntando se ele estava bem. E ele acenou com a cabeça que não. Alguns minutos depois, escrevi outra placa perguntando se ele precisa de ajuda. E então que ele fez que sim com a cabeça", relatou Flaviane.

A polícia foi chamada imediatamente e Timothy Wilson II, padrasto da criança, foi preso naquela noite, apesar de ter negado as acusações de agressão infantil. Kristen Swann, mãe do menino, só foi detida no dia 6, após admitir que sabia sobre o abuso e que não levava o filho para tratar os ferimentos.

As investigações sobre o caso, que, além da cooperação da mãe, contaram com depoimentos do garoto, levaram as autoridades a considerar os abusos sofridos pela criança como tortura.

"Ele [o menino] disse que tiras foram amarradas em torno de seus tornozelos e pescoço, e ele foi pendurado de cabeça para baixo em uma porta. Ele disse que apanhou com uma vassoura de madeira e foi algemado e amarrado a uma grande carreta móvel. Ele também disse que não comia regularmente como punição", disse o delegado Orlando Rolón.

As autoridades disseram que se Flaviane não interviesse naquela noite, a história do menino eventualmente teria se transformado em um caso de homicídio. Considerada uma heroína pela equipe de polícia, a brasileira considera que "foi das mãos de Deus" ela estar no local certo na hora exata para salvar o menino.

Respondendo a várias acusações de abuso infantil agravado e negligência infantil, o padrasto do garoto pode sofrer uma pena de prisão perpétua, de acordo com o código penal da Flórida (estado do crime). A mãe da criança responde a duas acusações de negligência infantil que podem resultar em 30 anos de prisão.

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