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Biden insta o Congresso dos EUA a agir em face da crise de empregos pela pandemia

04/12/2020 20h49

Washington, 4 dez 2020 (AFP) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso que adote um novo plano de ajuda após a divulgação de um relatório que mostra que a taxa de desemprego caiu para 6,7% em novembro, mas a criação de novos postos perdeu força devido ao avanço da pandemia.

A economia dos Estados Unidos criou 245.000 empregos em novembro, de acordo com o Departamento do Trabalho, um número bem abaixo das expectativas.

E apesar da taxa de desemprego cair de 6,9% para 6,7% em um mês, a maior taxa desde que a pandemia pulverizou o mercado de trabalho, ainda há 10,7 milhões de desempregados, aos quais se somam pessoas que pararam de procurar trabalho.

Diante desse cenário, Biden, que toma posse no dia 20 de janeiro, alertou para a necessidade de agir imediatamente.

"Se não agirmos agora, o futuro será sombrio. Os americanos precisam de ajuda agora", afirmou o presidente eleito, que apelou ao Congresso para chegar a um acordo rapidamente.

A taxa de desemprego está oito pontos abaixo do máximo alcançado durante a pandemia em abril, mas ainda está 3,2 pontos percentuais acima do nível anterior à chegada do vírus.

"Estas melhorias no mercado de trabalho refletem a retomada contínua da atividade", afirmaram as autoridades, que qualificaram a sua mensagem ao apontar que o ritmo de melhoria "tem moderado nos últimos meses".

Os analistas esperavam que 650 mil empregos fossem adicionados ao mercado no mês passado, mas vários economistas já haviam alertado que esse número poderia ser muito menor devido a indicadores de que as contratações estão diminuindo devido ao avanço do vírus.

Esse cenário preocupa os especialistas, já que o vírus avança de forma incontrolável nos Estados Unidos, país com mais mortes pela pandemia, que deixou 210 mil infecções em um dia na quinta-feira.

Outro dado preocupante é o número de desempregados de longa duração - que estão sem atividade há 27 ou mais semanas - e que em novembro aumentou em 385 mil para um total de 3,9 milhões de pessoas.

Como consequência da crise, cada vez mais pessoas estão deixando o mercado de trabalho. De acordo com o relatório, a taxa de contribuição caiu para 61,5% da população em idade ativa, o que representa uma queda de 1,9 pontos percentuais em relação ao nível pré-crise.

- "Cota inicial" -Esta semana, um grupo bipartidário de legisladores democratas e republicanos apresentou uma proposta de um novo pacote de estímulo no valor de 900 bilhões de dólares para apoiar pessoas desempregadas que esgotaram seus benefícios e economias e muitas empresas que estão em perigo de fechar suas portas.

O chefe da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, entrou na negociação e indicou que está disposto a apoiar um plano menor, de cerca de 500 bilhões, após os 2,7 trilhões de dólares aprovados desde o início da pandemia pelo Congresso.

Biden, que foi senador por mais de três décadas, disse que um acordo emergencial seria uma espécie de "entrada" e que no próximo ano mais ajuda será necessária.

"Se você insiste em tudo, provavelmente não receberá nada de ambas as partes", explicou Biden.

McConnell indicou nesta sexta-feira que teve uma "boa conversa" com a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, com quem também deve negociar uma lei orçamentária que evite a paralisia do governo federal.

"Acho que ambos estamos interessados em obter resultados", acrescentou McConnell.

- "Meses difíceis" -Para a consultoria Oxford Economics, os dados desta sexta-feira refletem um "esfriamento nas contratações e um número ainda muito elevado de novos desempregados".

Há consenso entre os economistas sobre a necessidade de um novo plano de estímulo econômico.

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que "alguns meses difíceis" estão chegando.

Gregory Daco, da Oxford Economics, indicou que um novo esquema de auxílio aos desempregados e às empresas seria uma "tábua de salvação" para a economia e alertou que sem esses auxílios a situação poderia piorar.

"Tememos que os próximos meses sejam difíceis para a economia, com riscos de queda devido ao vencimento iminente dos benefícios de desemprego para milhões de americanos e ao fim da moratória sobre os despejos", acrescentou.

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