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Pandemia volta a ganhar força no Brasil e deixa mais de 175.000 mortos

03/12/2020 21h17

Rio de Janeiro, 4 dez 2020 (AFP) - O Brasil registrou mais de 700 mortes em um dia por coronavírus pela primeira vez desde meados de novembro e ultrapassou a barreira das 175 mil mortes nesta quinta-feira (3), segundo dados oficiais que confirmam a aceleração da pandemia.

O Ministério da Saúde registrou 755 mortes nas últimas 24 horas, para um saldo total de 175.270 mortes, superado apenas pelos Estados Unidos (274.577).

Também foram confirmadas 50.434 novas infecções por covid-19 em um dia, elevando o total de casos no país para quase 6,5 milhões desde o início da pandemia, informou o relatório em um momento em que as emergências dos hospitais em vários estados registram altas taxas de ocupação.

O Brasil, com 211,8 milhões de habitantes, permaneceu em um longo platô de mais de mil mortes por dia de meados de junho a meados de agosto. A curva então caiu para 324 em meados de novembro, mas aumentou novamente e esteve acima de 500 mortes por dia por vários dias.

O aumento ocorre depois que vários estados abrandaram as medidas de distanciamento social.

O presidente Jair Bolsonaro questionou esse tipo de ação preventiva desde o início da pandemia, por considerar que impactaria a economia.

Para o infectologista Julio Croda, da Universidade de Mato Grosso do Sul, "se não forem adotadas medidas de prevenção por falta de liderança, veremos uma tragédia".

"Muito provavelmente esse aumento [em casos e mortes] deve continuar e se intensificar durante os feriados de Natal e Ano Novo. Teremos um dezembro complicado, mas janeiro tende a ser nitidamente pior", explicou Croda à AFP.

O estado de São Paulo reverteu seu processo de flexibilização na semana passada e um comitê científico recomendou nesta semana que o Rio de Janeiro feche todas as escolas e proíba as pessoas de ficar nas praias, entre outras medidas.

A Agência Nacional de de Vigilância Sanitária (Anvisa) definiu na quarta-feira os critérios para aprovação emergencial de qualquer uma das quatro vacinas que estão em fase final de testes clínicos no país.

O governo apresentou um plano preliminar de vacinação caso aprove um imunizante, o que, segundo Croda, não acontecerá antes de março.

"Muitos acreditam que a vacina estará disponível no Brasil a partir de janeiro, mas isso não é a realidade, será apenas a partir de março", afirmou.

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