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Depois de Criciúma, Cametá é alvo de ataque de quadrilha de roubo a banco

do UOL

Robson Santos e Luciana Cavalcante

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Belém

02/12/2020 02h20Atualizada em 02/12/2020 15h43

Um dia depois do ataque de bandidos armados à cidade de Criciúma (SC), moradores de Cametá (PA), a 235 km de Belém, relataram madrugada de terror com barulho de tiros nesta quarta-feira (2). Criminosos fortemente armados assaltaram uma agência bancária do Banco do Brasil, usaram explosivos e fizeram reféns. Uma pessoa morreu e outra ficou ferida. Até o momento, ninguém foi preso.

A ação durou mais de uma hora e foi feita por mais de 20 bandidos, que usavam armas de grosso calibre, como fuzis. Segundo informações iniciais, o grupo cercou o Batalhão da Polícia Militar na cidade para isolar os policiais e praticar o assalto.

Segundo a Segup (Secretaria de Segurança Pública do Pará), duas aeronaves e uma embarcação estão sendo usadas nas buscas. A polícia já encontrou uma caminhonete cheia de explosivos, na estrada que faz conexão com o município vizinho de Tucuruí.

A vítima era um dos reféns feitos de escudo humano pelos criminosos. O outro ferido, morador da cidade, foi baleado e internado, mas sem maior gravidade.

2.dez.2020 - Agência do Banco do Brasil em Cametá que ficou destruída após assalto - Divulgação/Governo do Pará - Divulgação/Governo do Pará
Agência do Banco do Brasil em Cametá ficou destruída após assalto
Imagem: Divulgação/Governo do Pará

Investigação

Policiais civis e militares continuam as buscas pelos fugitivos na região. O governador Helder Barbalho (MDB) esteve no município nesta manhã para acompanhar o trabalho de investigação.

Ainda de madrugada, a Segup informou que, assim que teve a confirmação da ação em Cametá, deslocou equipes de batalhões do Bope e outras unidades de polícia, além de aeronaves para dar apoio ao município.

Imagens das redes sociais, gravadas por moradores, mostram cidadãos assustados com o barulho das rajadas de tiros.

"Não mediremos esforços", diz governador

Em post publicado nesta madrugada, Helder Barbalho afirmou que não medirá "esforços para que o quanto antes seja retomada a tranquilidade e os criminosos sejam presos".

Na manhã de hoje, o governador afirmou que seguirá para Cametá para acompanhar as buscas e monitorar as investigações.

Também em post publicado nas redes sociais, o prefeito Waldoli Valente (PSC) afirmou confiar nas forças de segurança do estado para "retomar a paz e a segurança de Cametá e responsabilizar todos os envolvidos".

"Nossa cidade sempre foi pacífica e peço a todos que fiquem em suas casas. Rogamos ainda a Deus que conforte a família do jovem que perdeu a vida de forma covarde".


Post rede social do prefeito de Cametá - Reprodução rede social  - Reprodução rede social
Imagem: Reprodução rede social

BB diz colaborar com a investigação

Em nota o Banco do Brasil informou que não houve registro de funcionários e clientes feridos na ação criminosa. Imagens divulgadas hoje pelo governo do Pará mostram a agência bancária completamente destruída.

O banco disse que está colaborando com as investigações policiais para solucionar o caso e aguarda a conclusão dos trabalhos de varredura da perícia e liberação do acesso ao local, quando será possível realizar a avaliação dos danos à estrutura e a limpeza da agência.

A agência ficará fechada hoje e o BB está atuando para normalizar o atendimento o mais rápido possível. Enquanto isso, orienta clientes e usuários a se dirigirem às agências dos municípios vizinhos de Baião e Igarapé-Miri .

Ataque é semelhante ao de Criciúma

O assalto de terça-feira a duas agências bancárias no centro de Criciúma (SC) provocou terror na cidade durante a madrugada. Além dos tiros, os criminosos fizeram barricadas com carros, espalharam explosivos e usaram reféns como escudo para evitar a aproximação de policiais.

Os bandidos também incendiaram o 9º batalhão da PM (Polícia Militar) e o túnel que liga a cidade à vizinha Tubarão.

A Polícia Federal está investigando se houve participação de membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

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