Governador de NY minimiza impacto da decisão que protege locais de culto
Nova York, 26 Nov 2020 (AFP) - O governador de Nova York minimizou nesta quinta-feira (26) a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que proibiu o estado de impor restrições aos locais de culto devido à pandemia, com base na defesa da liberdade de culto estabelecida pela Constituição.
Processos judiciais da Diocese Católica Romana do Brooklyn e duas sinagogas do distrito têm como intenção acabar com as restrições impostas pelo governador Andrew Cuomo em outubro, que nas consideradas zonas vermelhas - com uma forte taxa de positividade da covid-19 - limitam a capacidade dos templos e locais de culto a 10 participantes. Nas zonas laranja, a limitação é de 25 participantes.
Os casos do novo coronavírus, no entanto, diminuíram no Brooklyn. O local passou de zona vermelha para amarela, com 50% da capacidade permitida nos templos religiosos, logo a decisão "é irrelevante e não tem impacto prático", afirmou Cuomo a jornalistas por videoconferência.
De acordo com o governo estadual, a decisão limita-se ao Brooklyn, embora outros acreditem que pode servir de precedente para templos em outras regiões do estado.
O veredicto da Suprema Corte indicou que os ofícios religiosos não devem ser tratados de forma diferente das concentrações de pessoas por motivos não religiosos, e considerou que as restrições eram contra o livre exercício da religião, protegido pela primeira emenda da Constituição.
Aprovado por cinco votos a favor e quatro contra, a decisão refletiu o novo equilíbrio de poder na Suprema Corte desde a chegada no final de outubro de Amy Coney Barrett, uma juíza católica conservadora nomeada pelo presidente Donald Trump após a morte de Ruth Bader Ginsburg.
"Temos uma Suprema Corte diferente. E isso é o que a corte queria mostrar", ressaltou Cuomo.
O arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, parabenizou a decisão nesta quinta-feira em sua conta no Twitter. "Nossas igrejas são essenciais", escreveu.
A pandemia tem causado grande tensão entre o prefeito democrata de Nova York e a comunidade judaica ortodoxa da cidade, acusada de não respeitar as normas sanitárias, a começar pelo distanciamento entre as pessoas.
No mês passado, houve manifestações por esse motivo, que levaram a incidentes violentos no Brooklyn.
Na quarta-feira, véspera do feriado de Ação de Graças, os Estados Unidos registraram mais de 2.400 mortes por coronavírus em 24 horas.
rbu-lbc/cac/pz/bl/mar/mps/bn/ic
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