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Donald Trump perdoa seu ex-conselheiro Michael Flynn e recebe críticas dos democratas

26/11/2020 07h39

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "agraciou" - concedeu perdão presidencial - nesta quarta-feira (25) seu ex-conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, que se confessou culpado em 2017 por mentir ao FBI durante a investigação sobre a suposta interferência russa na eleição presidencial americana de 2016. O perdão concedido pelo atual inquilino republicano da Casa Branca pode ser o primeiro de uma série até 20 de janeiro, data da posse do democrata Joe Biden, vitorioso da eleição presidencial de 3 de novembro.

Michael Flynn, que foi conselheiro de campanha de Donald Trump antes de ingressar em sua administração, admitiu em 2017 ter mentindo para o FBI sobre suas interações com a Rússia e suas conversas com o ex-embaixador russo em Washington algumas semanas antes da posse de Donald Trump.

No entanto, o ex-general do Exército dos EUA desde então procurou retirar seu acordo de confissão de culpa, denunciando violação de seus direitos e engano por parte dos promotores - acusações por eles rejeitadas.

"Tenho a grande honra de anunciar que o General Michael T. Flynn recebeu perdão total. Parabéns ao general Flynn e à sua família maravilhosa, eu sei que vocês vão passar um Dia de Ação de Graças realmente fantástico", twittou Donald Trump.

Perdão imerecido e sem escrúpulos

"Este perdão é imerecido, sem escrúpulos e mais uma mancha sobre o legado rapidamente decadente do presidente Trump", declarou em um comunicado o democrata Jerold Nadler, presidente da Comissão de Assuntos Judiciais da Câmara dos Representantes.

Nancy Pelosi, presidente democrata da Câmara, qualificou a atitude como "um ato grave de corrupção e atrevido abuso de poder".

Primeiro conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Michael Flynn ocupou o cargo por apenas 24 dias, sendo demitido por Trump por ter mentido para o vice-presidente, Mike Pence, quando a polêmica sobre os contatos entre Flynn e o embaixador russo vieram à tona.

Esta é a personalidade mais eminente agraciada por Donald Trump desde o início do seu mandato. O republicano já havia concedido perdão presidencial a um militar acusado de crime de guerra no Afeganistão e a um ex-xerife do Arizona, mostrando uma linha dura em relação à imigração ilegal.

O general aposentado do Exército dos EUA estava entre os ex-conselheiros de Donald Trump que se declararam culpados ou foram condenados no âmbito da "investigação russa" do promotor público especial Robert Mueller. A Rússia negou qualquer interferência na votação de 2016.

Tratamento injusto

Em maio deste ano, o procurador-geral William Barr solicitou que as acusações contra Michael Flynn fossem retiradas após repetidas reclamações de Donald Trump sobre o tratamento, em sua opinião injusto, ao seu ex-conselheiro.

"O presidente perdoou o general Flynn porque ele nunca deveria ter sido processado", afirmou a Casa Branca em um comunicado à imprensa.

Em janeiro, o Ministério Público Federal havia pedido a um juiz para condenar Michael Flynn a uma sentença de até seis meses de prisão.

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