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Presidente do Irã pede que Biden recupere relações anteriores a Trump

25/11/2020 10h20

Teerã, 25 Nov 2020 (AFP) - O presidente iraniano Hassan Rohani convidou nesta quarta-feira (25) o presidente eleito de Estados Unidos, Joe Biden, a recuperar a "situação existente" antes de Donald Trump.

"Irã e Estados Unidos podem decidir em conjunto voltar à situação existente antes de 20 de janeiro de 2017", data da posse de Trump na Casa Branca, declarou Rohani no conselho de ministros.

"A política do governo da República Islâmica é: respeito mútuo dos compromissos, redução conjunta da tensão, fatos por fatos e respeitar quem nos respeita", disse Rohani.

"Se existe esta vontade por parte dos próximos líderes americanos, eu acredito que não será difícil de solucionar" os diversos problemas, afirmou o presidente, que considera que voltar à situação anterior a Trump poderia "mudar completamente o desenvolvimento das coisas".

Inimigos há 40 anos, a República Islâmica e Washington romperam relações diplomáticas em 1980.

No entanto, conseguiram aproximar suas posturas através do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em Viena em 2015, com Rohani na presidência iraniana e Barack Obama na Casa Branca.

Mas Donald Trump retirou seu país deste pacto em 2018, alegando uma política de "pressão máxima" contra o Irã, acompanhada de duras sanções econômicas que deixaram o país muçulmano em uma grave recessão.

Como resposta, Teerã não respeitou a maioria dos acordos-chaves decididos em Viena e, neste contexto de tensão exacerbada, Irã e Estados Unidos se encontraram à beira da guerra em duas ocasiões desde junho de 2019.

Desde o anúncio da vitória de Joe Biden nas eleições americanas de 3 de novembro, o governo de Rohani multiplicou os gestos de aproximação com o vice-presidente de Barack Obama, que já manifestou o desejo de que seu país retorne ao Acordo de Viena.

No entanto, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Jamenei, alertou na terça-feira sobre o "otimismo" de uma "aproximação" com o Ocidente, ao considerar que "não se pode confiar nos estrangeiros".

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