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Governo alemão quer eleições gerais em 26 de setembro de 2021

25/11/2020 12h03

Berlim, 25 Nov 2020 (AFP) - O governo alemão propôs nesta quarta-feira (25) que as eleições gerais para eleger o sucessor de Angela Merkel como chanceler sejam realizadas em 26 de setembro de 2021.

A proposta feita no conselho de ministros ainda não foi aprovada formalmente pelo chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Essa eleição marcará, seja qual for o resultado, o fim de uma era na Alemanha, com a saída do poder de Angela Merkel, de 66 anos, após uma década e meia na Chancelaria.

Chanceler desde 2005, Merkel anunciou no final de 2018, após várias derrotas eleitorais de seu conservador partido democrata-cristão (CDU), que não pretendia concorrer a um quinto mandato.

Depois de meses em que sua formação política parecia sem rumo, a chanceler agora desfruta de um índice de popularidade muito alto. É elogiada por sua boa gestão da crise de saúde, e mais de sete em cada dez alemães dizem estar satisfeitos com sua gestão.

Consequentemente, seu partido, que há anos tem visto sua base eleitoral erodir, recuperou força e lidera as pesquisas com 36% das intenções de voto.

No entanto, a CDU alemã está dividida entre uma corrente de centro, a favor da continuidade, e uma tendência que defende um deslocamento para a direita.

O partido nomeará seu novo presidente em meados de janeiro.

Três candidatos disputam esta corrida. Dois deles são moderados: Armin Laschet, líder da região mais populosa, Renânia do Norte-Vestfália, e Norbert Röttgen, especialista em política externa. O terceiro é de uma linha mais de direita, Friedrich Merz, rival histórico de Merkel.

Tudo indica que essa luta pela presidência será decidida entre Laschet e Merz.

O vencedor estará em boa posição para se tornar o candidato conservador à Chanceleria nas eleições de setembro de 2021, mas sem que isso seja uma garantia segura.

- Surpresa Verde? -A decisão final sobre o candidato deve ser feita mais tarde, provavelmente durante a primavera (boreal). E não está excluído que outro pretendente acabe sendo eleito: o bávaro Markus Soder, líder do partido irmão da CDU, o CSU.

Soder se tornou uma das personalidades mais populares da Alemanha graças à sua gestão da pandemia na Baviera, considerada eficaz.

Contra os conservadores, os sociais-democratas, atualmente parceiros minoritários na coalizão com Merkel, não decolam: nas pesquisas estão estagnados entre 16 e 17%.

Seu candidato a chanceler é o atual ministro das Finanças, Olaf Scholz, defensor de uma linha moderada.

A surpresa pode vir de fileiras ecológicas. Os Verdes, com quase 20% das intenções de voto, tornaram-se parceiros essenciais na cena política alemã, participando de onze dos dezesseis governos regionais, dividindo o poder, conforme cada caso, com a esquerda ou a direita.

Os Verdes ainda não fecharam a porta para uma possível coalizão futura com os conservadores em nível nacional, algo que poderia ter acontecido em 2017, mas falhou na ausência de um acordo com os liberais.

As negociações para formar o governo anterior foram complicadas pelo surgimento de um novo ator no cenário nacional, o partido de extrema direita AfD, que, com 13% dos votos, conseguiu uma entrada histórica no Parlamento (Bundestag).

Atualmente, as pesquisas atribuem a ele cerca de 10% dos votos, queda que pode facilitar as negociações para a formação de um governo com maioria estável.

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