Bolsonaro isenta consumidor de energia do Amapá de conta; prevê compensação à CEA
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro editou nesta quarta-feira duas Medidas Provisórias (MPs) referentes ao apagão ocorrido no Amapá, nas quais isenta consumidores de energia do Estado do pagamento da conta de luz e abre crédito de 80 milhões de reais ao Ministério de Minas e Energia no processo de compensação da companhia de eletricidade local.
A isenção do pagamento da tarifa de eletricidade pelos consumidores de municípios amapaenses vale para os 30 dias anteriores à publicação da MP e decorre do estado de calamidade pública reconhecido pelo governo.
A medida havia sido prometida por Bolsonaro em visita recente ao Amapá, onde a energia foi completamente restabelecida apenas na terça-feira, após um blecaute iniciado no dia 3 de novembro.
Em comunicado, o governo afirmou que a isenção das tarifas não causará prejuízo à Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), que receberá compensação de um fundo do setor elétrico, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
"Com isso, busca-se proteger os consumidores do Estado, sem causar prejuízo que inviabilize a companhia", disse o governo federal.
Por causa da operação relacionada à CDE, uma segunda MP abriu crédito extraordinário de 80 milhões de reais ao Ministério de Minas e Energia para permitir a transferência de recursos para o fundo.
"A proposta tem por objetivo viabilizar a medida emergencial que isenta a tarifa de energia elétrica para os consumidores do Amapá, assim como o ressarcimento à prestadora de serviço de distribuição local", afirmou a nota divulgada pela Secretaria Geral da Presidência.
Visando abrir espaço para o crédito extraordinário ao ministério, Bolsonaro também editou um decreto que põe fim à isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a partir de quinta-feira --originalmente, a redução da alíquota iria até o final deste ano.
Mais cedo, ao participar de um evento em São Paulo, Bolsonaro chegou a dizer que o governo federal não tem "nada a ver" com a questão energética por que passou o Amapá.
“Um problema sério que tivemos no dia 3 agora de novembro, a questão de energia elétrica, que não tem nada a ver com o governo federal, mas como nós aqui somos um governo de 210 milhões de brasileiros, nós fomos pra lá e em menos de duas semanas o assunto foi resolvido. Não era competência ou atribuição nossa, mas nós nos orgulhamos, o Ministério de Minas e Energia também, pelo seu voluntarismo pela forma como tratou essa questão”, afirmou ele, em fala transmitida por uma rede social não-oficial do governo.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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