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Amapá volta a ter 100% de energia após 22 dias de apagão

Montagem do segundo transformador estava prevista para quinta-feira, mas foi concluída antes do prazo - Emiliano Capozoli/LMTE/Divulgação
Montagem do segundo transformador estava prevista para quinta-feira, mas foi concluída antes do prazo Imagem: Emiliano Capozoli/LMTE/Divulgação
do UOL

Gabriel Dias

Colaboração para o UOL, em Macapá

24/11/2020 09h23Atualizada em 24/11/2020 11h16

A LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia) concluiu na madrugada de hoje o restabelecimento da carga de energia em dois transformadores na sua subestação, que pegou fogo no dia 3 de novembro e provocou um blecaute em 13 dos 16 municípios do Amapá. Com isso, segundo a LMTE, o estado volta a ter 100% no fornecimento de energia de forma definitiva, dando fim ao rodízio.

Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia) também confirmou a retomada integral do fornecimento de energia no estado.

Segundo relatos de moradores, em Macapá, o fornecimento foi restabelecido de madrugada em bairros como Centro, Laguinho, Muca, Beirol, São Lázaro, Renascer, Perpétuo Socorro, Trem e Marabaixo.

O fornecimento também foi normalizado nas demais cidades do interior que foram atingidas pelo apagão. A dona de casa Wane Azevedo, 25, disse que o fornecimento em Santana, segundo município mais populoso do estado, segue de forma ininterrupta desde as 15h30 de ontem. "Mesmo assim a gente fica apreensivo", admitiu ela.

Montagem do transformador começou no dia 18

A previsão era de que a montagem do segundo transformador, que veio do município de Laranjal do Jari, a 265 km de Macapá, fosse concluída no dia 26 de novembro, mas a empresa conseguiu antecipar o prazo.

"A LMTE está integralmente mobilizada desde o acidente e trabalhou incansavelmente em conjunto com os demais órgãos governamentais para que a carga voltasse a 100% antes do prazo máximo estabelecido. A companhia reforça que se solidariza com todos os amapaenses e informa que seguirá empenhada a minimizar os impactos e em transportar energia segura para o estado do Amapá", escreveu a empresa em nota

A montagem do transformador começou no dia 18, após uma viagem de quase 30 horas de balsa entre as cidades de Laranjal do Jari e Macapá. Apenas com a ativação desse equipamento é que o Amapá volta a ter 100% da carga necessária para atender a população.

A CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá), responsável pela distribuição de energia para o consumidor, confirmou que com a ativação dos transformadores, o fornecimento voltará a ser como era antes do apagão, dando fim ao rodízio de energia.

"Com este transformador operando, o fornecimento foi garantido em 100% para atender os 13 municípios que foram afetados com o acidente na Subestação Macapá no dia 3 de novembro", informou a companhia, em nota.

Agora, o trabalho do Comitê de Acompanhamento de Crise será focado na instalação de um terceiro transformador que deverá ser em breve transportado de Boa Vista (RR) até Macapá para só assim dar a segurança recomendada para evitar novos blecautes.

Crise energética

O Amapá enfrenta problemas com o fornecimento de luz desde o dia 3 de novembro, quando a subestação de energia elétrica da capital Macapá pegou fogo e provocou um blecaute em 13 dos 16 municípios. A energia começou a ser restabelecida no dia 7, mas em regime de rodízio que operava com falhas e recebeu muitas críticas dos moradores. Um novo apagão no Amapá ocorreu na noite de 17 de novembro.

Além da falta de energia, o amapaense também sofreu nos primeiros dias de apagão com a falta do fornecimento de água tratada, falta de internet e falta de alimentos. Houve uma corrida aos postos de combustível onde havia geradores de energia, e comerciantes tiveram prejuízos com produtos que acabaram estragando.

No último sábado (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve no Amapá para ativar os geradores termoelétricos contratados para ajudar no fornecimento de energia elétrica. A expectativa era que os equipamentos fornecessem eletricidade suficiente para amenizar a crise, mas o estado continuou tendo dificuldades para fornecer integralmente o serviço.

Na capital, Bolsonaro desfilou em um carro com metade do corpo para fora e ouviu xingamentos de alguns moradores.

Na noite de ontem, vários moradores reclamaram de uma queda abrupta na eletricidade. A CEA informou que naquele momento o estado possuía apenas uma carga extra de energia para distribuição ao consumidor e, por isso, durante a noite o fornecimento foi suspenso em algumas regiões para seguir o rodízio, pois era o horário de pico no consumo de energia.

Medidas compensatórias

Durante sua visita ao Amapá, o presidente Bolsonaro prometeu que deverá editar nos próximos dias uma Medida Provisória numa tentativa de compensar os amapaenses prejudicados pela falta de energia elétrica. Por meio da MP, o governo federal vai cobrir a conta de energia da população lesada com o apagão. O pagamento deve ser equivalente a um mês de luz.

A Justiça Federal chegou a conceder o direito de pagamento de mais duas parcelas de R$ 600 do auxílio emergencial para a população carente do Amapá. No entanto, após recurso do Governo Federal, o desembargador I'talo Fioravanti Sabo Mendes, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), decidiu suspender a decisão.

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