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Bolsa tem a pior semana desde março; dólar fecha a R$ 5,738, com ação do BC

do UOL

Do UOL, em São Paulo

30/10/2020 17h18Atualizada em 30/10/2020 18h22

A Bolsa fechou hoje em queda de 2,72%, a 93.952,40 pontos, encerrando a semana com um tombo de 7,22%. É a maior queda semanal desde meados de março (-18,88%). Na ocasião, uma semana após a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretar a pandemia de covid-19, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, sofreu quedas históricas, acompanhando recuos generalizados pelo mundo, e os negócios chegaram a ser interrompidos duas vezes, com "circuit breakers". Com o resultado, a Bolsa emenda o terceiro mês seguido de queda (-0,69%). No ano, a perda acumulada é de 18,76%.

O dólar comercial também caiu hoje, cotado a R$ 5,738 na venda (-0,47%), interrompendo uma sequência de três altas. A moeda chegou a bater R$ 5,80, o que fez o Banco Central intervir no mercado, vendendo US$ 787 milhões em moeda à vista. Apesar da queda no dia, a moeda fechou a semana com alta de 1,97%, e encerrou outubro com valorização de 2,17%, a terceira alta mensal. No ano, o dólar soma avanço de 43%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Nesta semana, o BC também interveio no mercado para conter a alta do dólar na quarta-feira, quando a moeda estava disparando. Na ocasião, vendeu mais de US$ 1 bilhão em leilão de moeda à vista. Mesmo assim, o dólar fechou em alta de 1,43% naquele dia.

Nova onda de covid-19 no mundo

A semana foi marcada pela queda nas Bolsas do mundo todo, em meio à preocupação com o impacto econômico de uma nova onda de coronavírus na Europa e nos Estados Unidos e antes da eleição presidencial dos Estados Unidos, na próxima terça-feira.

Os casos de coronavírus aumentaram em mais de 500 mil pela primeira vez nesta semana, com a França e Alemanha preparando novos lockdowns, enquanto um aumento recorde de casos nos EUA está pressionando os hospitais ao limite de capacidade e vitimando até 1.000 pessoas por dia.

Antes do último fim de semana de campanha, o presidente republicano Donald Trump segue atrás do democrata Joe Biden em pesquisas eleitorais, em parte por causa da desaprovação generalizada à forma como Trump tem lidado com o coronavírus.

As pesquisas de opinião nos Estados mais competitivos, que decidirão as eleições, mostraram uma disputa mais acirrada, embora ainda favoreçam Biden.

Preocupação com contas públicas no Brasil

Segundo especialistas, o impacto dessa onda de pessimismo atinge o Brasil também por causa de problemas internos, em especial a elevada dívida pública, que tem alimentado a saída de investidores estrangeiros e o fraco crescimento econômico.

Uma segunda onda da covid-19 pode fechar as economias globais e afetar ainda mais o fluxo de investimentos para o Brasil, que já é fraco. Nesse cenário, o governo brasileiro pode ser pressionado a adotar medidas consideradas populistas pelo mercado, abrindo mão do controle de gastos.

Investidores seguem atentos a pistas sobre como o governo financiaria mais auxílio econômico sem furar o teto de gastos.

"A única coisa que vai conseguir promover algum tipo de alívio para o mercado de câmbio é um sinal concreto em relação à manutenção das contas públicas", afirmou Alejandro Ortiz, economista da Guide. "O espaço remanescente para erros (fiscais) por parte do Congresso e do governo está muito pequeno".

A semana também foi marcada marcada pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC de manter a taxa de juros na mínima histórica de 2% ano ano, mas deixar a porta aberta para possíveis cortes de juros no futuro

(Com Reuters)

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