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Presidente do PCdoB abre representação contra Bolsonaro por falas no MA

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante reunião com o deputado Alex Santana (PDT-BA) e comitiva - Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante reunião com o deputado Alex Santana (PDT-BA) e comitiva Imagem: Alan Santos/PR
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/10/2020 00h09

O presidente do PCdoB Maranhão e deputado federal, Márcio Jerry, abriu hoje uma representação por prática de improbidade administrativa contra Jair Bolsonaro (sem partido), após visita oficial do presidente à cidade de Imperatriz, alegando que Bolsonaro utilizou recursos públicos para atender interesses particulares de cunho político-eleitoral.

No documento, o deputado relatou que o presidente utilizou da estrutura do evento para promover proselitismo político contra adversários, usando expressões em seu discurso como "se Deus quiser, brevemente estaremos para comemorar a erradicação do comunismo em nosso Brasil" e "querem roubar seu dinheiro e sua liberdade".

Jerry também acrescentou que o presidente fez referência aos partidos de esquerda ao declarar que "a nossa bandeira jamais será turvada de vermelho". Além disso, Bolsonaro também acusou o Estado de "regime ditatorial" e declarou: "Vamos em um curto espaço de tempo, mandar embora o comunismo do Brasil".

Piada homofóbica e regime ditatorial

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) havia afirmado em suas redes sociais que processaria o presidente, citando o ataque ao partido e a "piada" homofóbica. Após experimentar a bebida típica do Estado, o Guaraná Jesus, Bolsonaro fez um comentário preconceituoso.

"Agora eu virei 'boiola'. Igual maranhense, é isso?", disse o presidente. "Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense", emendou, mostrando a bebida.

Dino repudiou os atos de Bolsonaro nas redes sociais.

"Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o Guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado", afirmou.

Sobre a declaração do presidente de que o Estado viveria um regime ditatorial, o governador Flávio Dino, procurado pelo UOL, classificou a fala como "mentirosa e desrespeitosa".

"A maior prova de que não é um regime ditatorial é que ele teve plena liberdade de vir ao Maranhão, passear e falar suas habituais bobagens e grosserias."

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