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Belford Roxo: Pastor candidato a vereador é preso em ação contra tráfico

Pastor Elisamar Miranda, candidato a vereador pelo PDT, foi preso em operação do Ministério Público e da Polícia Civil - Reprodução/TSE
Pastor Elisamar Miranda, candidato a vereador pelo PDT, foi preso em operação do Ministério Público e da Polícia Civil Imagem: Reprodução/TSE
do UOL

Do UOL, em São Paulo

29/10/2020 09h37

Uma operação da Polícia Civil e do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) prendeu hoje o homem apontado como chefe do tráfico no Complexo do Roseiral, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Elisamar Miranda Joaquim, o Pastor Elisamar, é candidato a vereador pelo PDT nas eleições municipais deste ano.

A ação, batizada de "Itália", tem como objetivo cumprir 10 mandados de prisão preventiva e 61 mandados de busca e apreensão. A decisão é do juízo da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo.

A operação é consequência de um inquérito em que, ao todo, 24 pessoas foram indiciadas e denunciadas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e constituição de milícia privada.

Segundo o MP, um dos denunciados é Cremilson Almeida de Souza, o Coroa, apontado como chefe do tráfico no Roseiral e também na comunidade Lote XV, que foi preso em março deste ano. Assim, o controle do tráfico no local passou a ser exercido por Eliezer Miranda Joaquim, o Criam. Também preso, ele elegeu seu irmão Elisamar como homem de confiança.

"Este, candidato a vereador em Belford Roxo nas eleições deste ano, passou então a exercer o controle do tráfico no local, sob os desígnios do irmão", informou o órgão.

A polícia informou que denúncias indicam que ele usa a estrutura da associação criminosa para angariar votos, além de ameaçar e oprimir outros candidatos de fazerem campanha.

Segundo as investigações, o plano de eleger o candidato é uma estratégia do líder do grupo para garantir maior penetração e influência nas instituições públicas.

Milícia

De acordo com as investigações, a organização criminosa, além de controlar o tráfico de drogas, também passou a desempenhar atividades típicas de milícia, como extorsão de comerciantes, monopolização da venda de cestas básicas, água e gás, cobrança de taxa a motoristas de vans para que pudessem circular, além da exploração dos moradores de conjuntos habitacionais, mediante a indicação dos síndicos dos condomínios e a cobrança de taxas aos moradores.

Caso eles não pagassem, tinham o fornecimento de água suspenso e poderiam até ser expulsos de suas propriedades.

Por meio de interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, foi possível identificar o modo de atuação do grupo, que incluía a prática de extorsões e ameaças, além da hierarquia de funcionamento da organização.

Segundo a polícia, o grupo criminoso, ligado ao Comando Vermelho, estaria por trás de diversos assassinatos na região.

O UOL tenta localizar a defesa dos citados.

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