Parlamento aprova de maneira quase unânime lockdown na França
Dos 433 votantes, 399 votaram a favor, 27 foram contrários e sete se abstiveram. A quantidade ficou bastante acima do número mínimo de votos para aprovação, que era de 214. Após a votação, o premiê francês, Jean Castex, expressou "sua gratidão por esse voto claro e sem ambiguidade, que está à altura da situação grave que o nosso país enfrente".
O decreto anunciado nesta quarta-feira (28) por Macron prevê a volta de parte das medidas duras que foram vividas no país entre março e maio desse ano. As regras valerão a partir desta sexta-feira (30) e durarão até, pelo menos, 1º de dezembro.
Bares, restaurantes e comércios não essenciais serão fechados, podendo atuar só com entregas, e está proibida a viagem entre regiões dentro da França. As saídas de casa só serão permitidas por motivos essenciais, como trabalho, urgência e escolas.
As maiores diferenças para o primeiro lockdown são a continuidade das aulas e a manutenção das fronteiras abertas entre os países da União Europeia.
A decisão por um novo lockdown ocorre após o fracasso das medidas mais brandas impostas desde setembro, como o toque de recolher na maior parte das regiões francesas. O país vem enfrentando uma exponencial alta de casos, muito superior ao início da pandemia de Covid-19, e vê o sistema sanitário estar cada vez mais lotado.
A França vem batendo recordes quase diários de novos casos - nesta quarta, foram 36.437 infecções. No entanto, o próprio presidente do Comitê Científico Francês para a pandemia, Jean-François Delfraissy, reconheceu que o país já tem mais de 50 mil contaminações diárias, em número que pode chegar a 100 mil "em breve".
Além disso, o número de óbitos está passando dos 200 com frequência e Delfraissy estimou que, se nada fosse feito, em até "três semanas" o sistema sanitário ficaria sobrecarregado. Com os dados divulgados nesta quarta, a França já contabilizou 1.280.215 contaminações pelo coronavírus e 35.823 óbitos desde fevereiro. (ANSA).
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