Governo da Turquia promete resposta por charge de Erdogan na "Charlie Hedbo"
"A Turquia tomará todas as medidas legais e diplomáticas necessárias, em resposta a uma charge do presidente Tayyip Erdogan no semanário satírico francês Charlie Hebdo", indicou comunicado do gabinete da presidência que foi enviado à imprensa.
"Nossa luta continuará até o fim, de uma forma saudável, mas decidida, diante dessas medidas maliciosas e insultantes", completa o texto.
Pouco depois, o presidente turco se manifestou e garantiu que "sequer olharia" a capa da publicação e voltou a condenar as charges de Maomé publicadas pela revista.
"Não preciso dizer nada sobre essas pessoas desonrosas que insultam meu profeta. Minha tristeza e ira não se devem ao atroz ataque contra mim, mas sim que o mesmo veículo é a fonte do ataque contra o profeta", afirmou Erdogan, em discurso.
Ontem, o presidente turco já havia entrado com uma ação contra o deputado holandês de extrema-direita Geert Wilders, por divulgar uma charge em que ele aparece com uma bomba na cabeça.
O advogado de Erdogan, Hüseyin Aydin, denunciou o caso para o Ministério Público de Ancara, solicitando que o parlamentar seja julgado de acordo com o código penal turco, segundo informou a agência de notícias local "Anadolu".
A charge publicada pela revista "Charlie Hebdo" mostra o presidente da Turquia vestido apenas com uma camisa e cueca, levantando a saia de uma mulher trajada com a burca.
A imagem foi veiculada em meio a tensão entre os governos turco e francês, intensificadas desde o assassinato, no último dia 16, do professor de História Samuel Paty, decapitado por um checheno, dez dias após ter exibido charge de Maomé em sala de aula. EFE
lvm/bg
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