Agentes chineses são presos nos EUA por perseguirem opositores de Pequim
Washington, 28 Out 2020 (AFP) - Cinco agentes chineses foram presos nos Estados Unidos por participarem de uma perseguição a opositores do governo chinês, anunciaram autoridades americanas nesta quarta-feira (28).
O subsecretário de Justiça John Demers disse que acusações foram feitas contra oito pessoas - cinco no país e três supostamente na China - envolvidas em uma "operação ilegal de aplicação da lei chinesa conhecida como Fox Hunt" (Caça à raposa em inglês).
Segundo Demers, a operação foi descrita pela China como uma campanha anticorrupção, mas "em muitos casos, os alvos são oponentes do presidente do Partido Comunista Xi (Jinping), rivais políticos, dissidentes e críticos".
Demers assinalou que os "esquadrões de repatriação" chineses ingressaram nos Estados Unidos para "localizar os supostos fugitivos e usar de intimidação e outras táticas para obrigá-los a retornar à China, onde enfrentariam a prisão ou algo pior após julgamentos ilegítimos".
"Em qualquer caso, a operação é uma violação clara do estado de direito e das normas internacionais", disse Demers em entrevista coletiva. Os detidos são acusados de "conspiração para agir nos Estados Unidos como agentes ilegais da República Popular da China".
Três dos acusados: Zhu Yong, 64, cidadão chinês e residente permanente nos Estados Unidos; Hongru Jin, americano naturalizado de 30 anos; e Michael McMahon, americano de 53 anos e detetive particular com licença, foram presos em Nova York e Nova Jersey. Os outros dois - Rong Jing, 38, cidadão chinês e residente permanente nos Estados Unidos; e Zheng Congying, 24, cidadão chinês e também residente permanente nos Estados Unidos, foram capturados na Califórnia.
Os outros três são Zhu Feng, 33; Hu Ji, 45; e Li Minjun, 64, que seguem foragidos e devem se encontrar na China, segundo o Departamento de Justiça.
- Ameaça e perseguição -
O diretor do FBI, Christopher Wray, disse que "as tentativas flagrantes do governo chinês de monitorar, ameaçar e assediar nossos próprios cidadãos e residentes legais permanentes enquanto estão em solo americano são parte de uma campanha diversificada de roubo e influência maléfica da China em nosso país e em todo o mundo".
Segundo Wray, os ataques a cidadãos chineses considerados ameaças ao regime não se limitavam aos Estados Unidos, mas também ocorriam em outros países. O Departamento de Justiça não identificou as pessoas afetadas.
As acusações de conspiração para atuar como agente chinês levam a uma sentença máxima de cinco anos de prisão.
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