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Suposto tesoureiro do genocídio de Ruanda é transferido para Haia

26/10/2020 12h49

Haia, 26 Out 2020 (AFP) - O suposto tesoureiro do genocídio em Ruanda, Félicien Kabuga, que estava detido na França, foi transferido nesta segunda-feira (26) para a divisão de Haia do Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI).

"Seu comparecimento inicial ocorrerá quando chegar o momento, diante de um juiz da Câmara de primeira instância designado para o seu caso", anunciou em um comunicado o MTPI, que acusa Kabuga principalmente de genocídio.

Detido em maio perto de Paris após mais de 20 anos fugindo, Kabuga é acusado de ter participado da criação das milícias hutu Interahamwe. Esse grupo foi o principal braço armado do genocídio de Ruanda de 1994, que causou 800.000 mortes, segundo a ONU, entre a minoria tutsi principalmente.

De início, Kabuga seria transferido para Arusha, na Tanzânia, para ser julgado pelo MTPI - que também possui uma divisão nesta cidade -, essencialmente por genocídio e por crimes contra a humanidade.

Na quarta-feira passada, porém, um juiz do MTPI ordenou sua transferência temporária para Haia para um exame médico, antes de sua possível ida definitiva para Arusha, depois de seus advogados solicitarem sua transferência definitiva para a cidade holandesa.

Kabuga nega as sete acusações contra ele. Também é suspeito de ter contribuído em 1993 para a compra em massa de facões para serem distribuídos entre os milicianos em abril de 1994. Essa acusação apoia a teoria de um genocídio planejado e que nunca foi resolvido pela Justiça internacional.

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