MPT investiga embaixadora das Filipinas no Brasil por agressões à empregada
O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu inquérito para investigar a embaixadora das Filipinas no Brasil, Marichu Mauro, por agressões à sua antiga empregada doméstica. Imagens do circuito interno da residência oficial da diplomata, em Brasília, foram entregues por um funcionário às autoridades no final de agosto e ensejaram a apuração a cargo da procuradora Carolina Mercante.
O caso foi revelado ontem pelo "Fantástico", da TV Globo, que teve acesso às filmagens. Os registros mostram tapas, puxões de orelha e beliscões. A vítima tem 51 anos, também é filipina, e chegou ao Brasil em 2018 - poucos meses após a embaixadora, mas voltou para casa na semana passada.
Em análise preliminar, o Ministério Público identificou que a empregada pode ter sido submetida ao que se chama de trabalho degradante.
Marichu Mauro está no cargo desde abril de 2018. Ela chegou a ser homenageada pelo então presidente Michel Temer, que recebeu suas credenciais diplomáticas. No início de outubro, a embaixadora recebeu uma condecoração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A reportagem entrou em contato com a Embaixada das Filipinas no Brasil e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestações.
Itamaraty apoia investigação
O Ministério das Relações Exteriores disse hoje que não foi notificado pelo MPT sobre a queixa levada ao órgão contra a embaixadora filipina, mas informou que dará apoio à investigação, em conformidade com a Convenção de Viena.
Confira a nota divulgada pelo Itamaraty sobre o caso:
O Ministério das Relações Exteriores tomou conhecimento, por nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, de 26 de outubro, de que, à luz da gravidade da denúncia envolvendo a Embaixadora das Filipinas em Brasília, o governo daquele país convocou de imediato a diplomata de volta a Manila.
Segundo a nota, a Embaixadora deverá prestar esclarecimentos sobre a acusação de agressão a funcionária doméstica da residência oficial da missão diplomática, também de nacionalidade filipina, no âmbito de investigação rigorosa a ser conduzida naquele país.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas informou que a funcionária doméstica retornou ao seu país em 21 de outubro e está recebendo os cuidados necessários ao seu bem-estar.
O Itamaraty não havia ainda sido notificado pelo Ministério Público do Trabalho sobre a queixa levada àquele órgão contra a Embaixadora das Filipinas, e, em coordenação com as demais autoridades brasileiras competentes, prestará todo o apoio ao andamento da investigação, em conformidade com a Convenção de Viena.
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