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Itália tem novos incidentes em protestos contra medidas anti-coronavírus

26/10/2020 20h39

Roma, 26 Out 2020 (AFP) - Milhares de pessoas voltaram às ruas da Itália nesta segunda-feira (26) para protestar contra as restrições anunciadas na véspera para frear a covid-19, protestos que terminaram em confrontos entre manifestantes e policiais em várias grandes cidades.

O fechamento de cinemas, teatros e academias de ginástica, bem como os horários reduzidos para o funcionamento de bares e restaurantes, que terão que fechar a partir das 18h locais (14h de Brasília), acentuaram o mal-estar em um país que adotou um estrito confinamento de dois meses na primavera no hemisfério norte e que este ano sofrerá sua pior recessão econômica desde a Segunda Guerra Mundial.

Após as tensas manifestações no fim de semana, os protestos se repetiram nesta segunda, tanto no norte quanto no sul da Itália.

Em Milão, capital da rica região da Lombardia (norte), que concentra o maior número de contágios, centenas de manifestantes enfrentaram à noite as forças de segurança. Latas de lixo foram incendiadas, houve ataques a bondes e vitrines de lojas foram quebradas, segundo imagens exibidas pela TV italiana.

Os manifestantes também atiraram garrafas de vidro, sinalizadores e coquetéis molotov na direção de policiais da tropa de choque, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

Incidentes similares ocorreram em Turim, outra cidade do norte do país, onde a polícia prendeu vários manifestantes.

Em Nápoles, principal cidade do sul da Itália, milhares de pessoas pediram a demissão do presidente da região da Campânia, em um protesto no qual foram registrados confrontos esporádicos entre jovens encapuzados e a polícia.

As forças de segurança também tiveram que intervir na pequena localidade de Pesaro, onde o dono de um restaurante decidiu convidar 90 pessoas para expressar seu repúdio a baixar as portas de seu estabelecimento às 18h. "Podem me prender, não vou fechar", assegurou.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, apresentará na terça-feira medidas de apoio a atividades e profissões mais afetadas pelas restrições.

A pandemia infectou mais de 500.000 pessoas na Itália, onde morreram mais de 37.000 personas.

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