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Terrorista ofereceu dinheiro a adolescentes para identificar professor decapitado

21/10/2020 14h03

Sete pessoas, incluindo dois adolescentes, foram indiciados nesta quarta-feira (21) por envolvimento ou cumplicidade com o assassinato do professor Samuel Paty na última sexta (16). Paty foi decapitado nas proximidades da escola em que trabalhava em Conflans Sainte-Honorine após mostrar charges do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão.

Entre as sete pessoas, constam dois estudantes de 14 e 15 anos, suspeitos de terem revelado o nome do professor ao assassino checheno Abdullakh Anzorov, em troca de uma quantia em dinheiro entre € 300 a € 350.

O assassino de Samuel Paty teria sido diretamente motivado por uma campanha nas redes sociais, com mensagens difundidas em vídeo pelo pai de uma das alunas acusando o professor. A investigação mostrou ainda que o assassino e o pai da aluna, um dos detidos, teriam trocado mensagens.

No entanto, de acordo com o procurador da República do grupo antiterrorista, Jean-François Ricard, a investigação mostrou que as mensagens continham muitos fatos inexatos. "O assassino não poderia ter reconhecido o professor sem ajuda", afirmou o procurador, em uma coletiva de imprensa.

Anzorov teria oferecido dinheiro a estudantes que pudessem ajudá-lo a encontrar o professor. Ainda segundo o procurador, o assassino teria afirmado aos jovens que pretendia filmar, humilhar, bater e obrigar Paty a pedir desculpas por ter mostrado desenhos representando Maomé.

Os indiciados serão apresentados a um juiz antiterrorista, que decidirá pela abertura de um processo sobre o caso. Os menores poderão responder como cúmplices do assassinato, caso a Justiça considere que eles tinham ciência do projeto terrorista do checheno.

O assassino do professor era um checheno de origem russa. Em uma mensagem de áudio enviada logo após o assassinato de Paty, Abdullakh Anzorov diz, em russo, que "vingou o profeta", acusando o professor de história e geografia de ter "mostrado Maomé. de uma forma insultante".

Grupo pró-palestino dissolvido e mesquita fechada

O governo francês garantiu que as "ações" contra o islamismo radical vão se intensificar no país. Entre as novas medidas anunciadas está a dissolução do coletivo pró-palestino Cheikh Yassine.

A mesquita de Pantin, ao norte de Paris, fechará suas portas nesta quarta-feira por seis meses. Seus membros são acusados de terem compartilhado no Facebook o vídeo do pai da aluna contra o professor Paty. A mesquita reúne mais de 1.300 fiéis.

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