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Argentina anuncia medidas para aliviar pressão cambial

Ministro da Economia da Argentina, Martin Guzman; moeda argentina foi negociada ontem a 83,21 pesos por dólar - Mariana Greif/Reuters
Ministro da Economia da Argentina, Martin Guzman; moeda argentina foi negociada ontem a 83,21 pesos por dólar Imagem: Mariana Greif/Reuters

Em Buenos Aires

20/10/2020 06h18

O governo argentino anunciou ontem medidas para aliviar a pressão sobre sua moeda e afastar as expectativas de desvalorização, no momento em que a cotação do peso frente ao dólar no mercado ilegal registrou um novo recorde, uma decisão apoiada pelo FMI.

A moeda argentina foi negociada ontem a 83,21 pesos por dólar, mas chegou a ser vendida pela cotação recorde de 181 pesos no mercado ilegal.

Entre as medidas anunciadas estão uma licitação de bônus por US$ 750 milhões em novembro e a revogação da proibição que era aplicada aos investidores não residentes na Argentina de vender títulos a serem liquidados em moeda estrangeira.

A diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Geogieva, respaldou as medidas.

"Continuaremos apoiando as autoridades enquanto trabalham para aliviar as pressões cambiais, ancorar a estabilidade econômica e estabelecer as bases para a recuperação", escreveu no Twitter.

A mensagem foi publicada depois de uma conversa telefônica entre a diretora do FMI e o ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán.

"Conversa muito valiosa hoje com a diretora geral do Fundo Monetário Internacional @KGeorgieva. Obrigado! No âmbito de um diálogo produtivo, o FMI compartilha nossa visão de que a Argentina precisa transitar o caminho para a estabilidade e o crescimento econômico", respondeu o ministro na mesma rede social.

A Argentina mantém desde o fim de 2019 um sistema de restrição para a compra de divisas imposta no final do governo do liberal Mauricio Macri para frear a fuga de divisas, sistema fortalecido por seu sucessor, o peronista Alberto Fernández.

Desde 2019 existe uma cota para a compra de moeda estrangeira para a captação de 200 dólares por mês com uma cotação sobre a qual incide uma taxa de 30% e desde 15 de setembro foi acrescentada outra retenção de 35% para desestimular a poupança em moeda estrangeira e conter a saída de divisas.

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