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SP tem três regiões com índices da fase verde; capital não está na lista

Vagão do metrô lotado durante a pandemia, na cidade de São Paulo - BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO
Vagão do metrô lotado durante a pandemia, na cidade de São Paulo Imagem: BRUNO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

01/10/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Pela primeira vez, o estado de tem São Paulo tem três regiões que podem avançar para a fase verde
  • Esta é a segunda fase do plano de retomada com menos restrições e permite 60% de clientela nos estabelecimentos
  • A capital não está na lista de promoção à fase verde porque o número de internações e óbitos não atende às exigências mínimas
  • Mas autoridades de saúde acreditam que a cidade pode cumprir estes parâmetros até 9 de outubro, data de divulgação da lista

O cronograma do Plano São Paulo, o programa estadual de reabertura da economia, prevê uma atualização na sexta-feira da próxima semana (9), mas o governo segue acompanhando os índices referentes à pandemia do novo coronavírus em todas as regiões. Pelos dados atuais, três regiões estariam aptas a avançar para a fase verde, conforme apuração do UOL.

O plano tem cinco fases —vai da vermelha, em que são impostas mais restrições, até a azul (o "normal controlado"). A fase verde é chamada de abertura parcial e é a segunda com menos restrições. Os nomes das regiões que se enquadram nela não foram revelados, mas a capital não está na lista que foi gerada ontem.

Desde o começo da pandemia, nenhuma das 22 regiões do estado alcançou a fase verde. A principal mudança que deve ocorrer com o avanço de fase é o aumento para 60% da capacidade máxima de ocupação de estabelecimentos de shoppings, do comércios de rua, de bares, restaurantes, salões de beleza, academias e atividades culturais. Na fase amarela, a capacidade permitida fica entre 30% e 40%, dependendo do setor.

O limite de funcionamento de oito horas por dia e o fechamento obrigatório às 22h não se alteram.

Esta possível inauguração da fase verde é atribuída à melhora dos indicadores da pandemia em São Paulo. Segundo o governo, a taxa de ocupação de UTIs no estado está em 42,7% —a menor desde o início a crise.

Para determinar em qual das cinco fases do plano de retomada econômica uma região se enquadra, são avaliadas a evolução da pandemia e a capacidade hospitalar.

Capital fora da lista

Pelo menos no momento, a cidade de São Paulo não tem parâmetros necessários para a promoção à fase verde. Os critérios de capacidade hospitalar são cumpridos, mas os dados referentes aos números de internações e de mortes por semana, que formam o item evolução da pandemia, estão abaixo dos parâmetros mínimos.

Ocorre que ainda falta mais de uma semana e autoridades municipais de saúde acreditam que será possível atender as exigências.

A capital não é a única região que pode entrar na eventual lista de enquadramento na fase verde. As estatísticas revelam melhoria em todo estado e outros locais se aproximam de atingir os critérios mínimos. Mas, como a velocidade desta melhoria e até uma eventual regressão são impossíveis de serem antecipadas, não são feitas previsões.

A lista das regiões que serão promovidas para a fase verde será elaborada na quinta-feira da próxima semana —um dia antes da divulgação oficial.

Conversão de leitos covid para outras especialidades em estudo

Com a gravidade da pandemia em queda, o governo de São Paulo estuda liberar leitos que hoje são exclusivos para pacientes com covid-19 para outras especialidades. Os integrantes do comitê de saúde se reunirão na tarde de hoje para discutir o assunto.

Secretário-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo declarou na entrevista coletiva de ontem que a conversão de leitos não será feita de forma linear em todo o estado. Ele defendeu a análise das especificidades de cada região.

Gabbardo afirmou que é preciso considerar a taxa de ocupação de leitos covid-19 de cada regional de saúde, a quantidade de pacientes internados e, principalmente, o percentual de vagas ociosas. A preocupação é evitar que uma região fique desassistida em caso de crescimento de casos da doença.

"Nós não podemos perder todo o esforço feito neste período de pandemia para que as regiões tivessem capacidade plena de atendimento e para não deixar com que nenhuma pessoa venha a falecer por falta de assistência, disse.

Integrantes do governo que conversaram com o UOL destacaram que existe ainda a preocupação em explicar a medida à população. A avaliação é que os leitos ociosos são um desperdício em uma área vital como a saúde e faz todo o sentido destinar equipamentos e vagas hoje exclusivas à covid-19 para atender demandas de outras especialidades.

Mas ao tomar esta atitude, o percentual de ocupação de leitos destinados à covid-19 vai subir. A preocupação é deixar claro à sociedade que, mesmo assim, haverá capacidade de atendimento em caso de um repique da pandemia.

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