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Na favela quase todo mundo conhece alguém que teve covid-19

Renata Alves, moradora de Paraisópolis que se tornou o "SAMU da favela" na epidemia de coronavírus - Gabriela Sá Pessoa/UOL
Renata Alves, moradora de Paraisópolis que se tornou o 'SAMU da favela' na epidemia de coronavírus Imagem: Gabriela Sá Pessoa/UOL
do UOL

Da Agência Brasil

30/09/2020 11h45

Pesquisa feita no início de setembro, em 70 favelas brasileiras, mostra que 87% dos entrevistados conhecem alguém que teve covid-19. O estudo também aponta que 13% dizem ter sido contaminados pela covid-19 e outros 28% não sabem se foram ou não contaminados.

Os dados constam da pesquisa Coronavírus nas Favelas, realizada pelo Data Favela, parceria do Instituto Locomotiva e da Cufa (Central Única das Favelas).

"A gente já sabia que o vírus nunca foi democrático num país tão desigual como o nosso. Os pobres pegam mais covid do que o resto dos brasileiros numa proporção dramática, como mostrou esse levantamento", disse, em nota, Renato Meirelles, fundador do Data Favela e presidente do Instituto Locomotiva.

De acordo com a pesquisa, a situação é ainda mais delicada quando se mede o reflexo da pandemia na economia dessas famílias: 84% declararam ganhar metade ou menos do que ganhavam antes da doença chegar ao Brasil.

Quase três quartos dos entrevistados disseram estar muito preocupados com a própria saúde diante da pandemia. Quase 60% dos moradores de favelas acreditam que o país ainda está no meio da pandemia do coronavírus e 14% acreditam que o Brasil está na fase final.

"Distanciamento social é ficção para famílias que dividem um cômodo e o mesmo banheiro. A favela é mais vulnerável", disse Celso Athayde, fundador da Cufa e do Data Favela.

Ainda segundo o estudo, 94% dos entrevistados disseram ter saído de casa nos últimos sete dias. Desses, 34% saíram todos os dias.

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