Merkel denuncia 'tratamento cruel' de minorias por parte da China
Berlim, 30 Set 2020 (AFP) - A chanceler alemã, Angela Merkel, denunciou nesta quarta-feira (30) o "tratamento cruel" da China, no que se refere às minorias, e manifestou sua preocupação com a repressão aos opositores em Hong Kong.
Em discurso para deputados alemães na véspera de uma cúpula da União Europeia (UE) com a China, a chanceler destacou a importância de se abordar as questões de direitos humanos em qualquer diálogo com Pequim.
"É evidente que temos que deixar claras nossas diferenças" nas reuniões com a China, disse Merkel, cujo país detém a Presidência semestral da UE.
"Portanto, indicamos que estamos profundamente preocupados com os acontecimentos em Hong Kong. O princípio de 'um país, dois sistemas' persiste, mas, com frequência, é enfraquecido", acrescentou.
"Vamos falar sobre isso, bem como sobre o tratamento cruel, em parte, dos direitos das minorias na China", disse ela, enfatizando "as diferenças fundamentais" entre as sociedades chinesa e europeia.
Merkel não citou essas minorias, mas os defensores dos direitos humanos acusam Pequim de ter internado mais de um milhão de pessoas em campos, principalmente da etnia muçulmana dos uigures.
A China alega que se trata de "centros de formação profissional", destinados a ajudar a população a encontrar emprego e a fugir do extremismo religioso.
Em relação à situação em Hong Kong, os líderes europeus decidiram limitar, recentemente, as exportações de materiais utilizáveis para vigilância e repressão. A medida visa a denunciar a aplicação da lei de segurança nacional imposta pela China a esse território, em junho passado.
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