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França vai extraditar acusado por genocídio de Ruanda capturado nos arredores de Paris

30/09/2020 13h30

A justiça francesa decidiu nesta quarta-feira (30) transferir Félicien Kabuga, conhecido como o tesoureiro do genocídio de Ruanda, para a Tanzânia, onde será julgado por crimes contra a humanidade. Após 25 anos como um dos foragidos mais procurados do mundo, Kabuga foi preso em maio em uma cidade nos arredores de Paris usando uma identidade falsa.

Félicien Kabuga tem 84 anos e é acusado de ter participado na criação das milícias hutu Interahamwe, principais braços armados do genocídio de 1994 que provocaram 800 mil mortes, essencialmente entre a população da minoria tutsi, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Ele também é suspeito de ter contribuído com sua fortuna para proporcionar armas aos milicianos hutus.

A defesa de Kabuga havia apresentado um recurso, rejeitado pelo Tribunal de Cassação da França, contra sua transferência a Arusha, na Tanzânia, sede do tribunal da ONU que deve julgá-lo por genocídio e crimes contra a humanidade.

Tesoureiro de um massacre

Em 1994, Félicien Kabuga fazia parte do círculo próximo ao presidente ruandês, Juvénal Habyarimana. Uma das filhas de Kabuga era casada com um filho de Habyarimana. O assassinato do presidente, em 6 de abril de 1994, foi o ponto de partida para o genocídio.

No período, Kabuga presidia a Rádio Televisão Free Thousand Hills (RTLM), que transmitia convocações para assassinar os tutsis, e o Fundo de Defesa Nacional, que coletava "fundos" para financiar a logística e as armas dos milicianos hutus. 

Em maio, Kabuga foi preso na região de Paris. Ele residia em um apartamento de Asnières-sur-Seine, onde vivia sob identidade falsa. 

Após a decisão do Tribunal de Apelação de Paris, a França tem um mês para transferir Kabuga para Arusha na Tanzânia, sede do tribunal da ONU que deve julgá-lo por genocídio e crimes contra a humanidade.

Com informações da AFP

 

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