Cloroquina é 'placebo' na prevenção da Covid-19, diz estudo
Há diversos estudos clínicos em andamento com a droga ao redor do mundo, que já teve a eficácia questionada, mas faltava a publicação com resultados claros de uma pesquisa sobre o uso preventivo da hidroxicloroquina.
Esse estudo é considerado único porque foi realizado com 125 médicos, enfermeiros e operadores sanitários negativos para a doença e que tinham contato direto com pacientes que tinham a Covid-19. Os voluntários foram divididos em dois grupos: 64 deles tomaram uma pílula por dia durante oito semanas e a outros 61 ingeriram um placebo - mas, os indivíduos não sabiam qual estavam tomando.
Todos foram testados antes e depois do estudo, bem como por diversas vezes durante o período de análise.
As taxas de infecção do coronavírus foram iguais nos dois grupos (cerca de 6% resultaram positivos para a doença nas duas equipes), e a hidroxicloroquina não mostrou efeitos protetores.
"Esse trabalho representa o primeiro teste clínico randomizado sobre a hidroxicloroquina para pessoas em risco e ainda negativas para Covid-19", disse o autor da pesquisa, Benjamin Abella, que aposta que os resultados terão impacto em diversos experimentos atualmente em andamento ou futuros com o remédio.
O estudo confirma outro publicado em junho pela revista "The New England Journal of Medicine", que mostrava que a droga não ajudava o corpo a combater a doença.
A medicação foi alvo de muito uso político, especialmente pelos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, que afirmaram repetidas vezes que a droga curava a Covid.
Até hoje, não há medicamentos que previnem ou curam os pacientes que contraem o novo coronavírus com eficácia comprovada. (ANSA).
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