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Boris Johnson evita rebelião no Partido Conservador

30/09/2020 13h14

Londres, 30 Set 2020 (AFP) - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, evitou nesta quarta-feira (30) uma autêntica rebelião dentro de seu próprio campo conservador, embora tenha sido acusado pela presidente da Câmara dos Comuns de tratar os deputados com desprezo.

Cinquenta parlamentares conservadores ameaçaram apoiar uma moção que exigia que os deputados tivessem voz sobre as medidas tomadas pelo governo para conter a propagação da covid-19, acusando o Executivo de governar "por decreto".

A presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, recusou-se, porém, a permitir que os deputados falassem sobre a proposta, argumentando que não havia tempo suficiente para um debate adequado.

Enquanto infligia um revés aos rebeldes, Hoyle lançou um ataque contundente contra o governo e contra a forma como impôs as novas restrições.

"Conto com o governo para remediar uma situação que considero absolutamente insatisfatória", disse ela, pouco antes de Johnson se pronunciar na sessão semanal de perguntas e respostas com o primeiro-ministro.

"Conto também com o governo para recuperar agora a confiança desta Câmara, e não tratá-la com o desprezo que tem demonstrado", acrescentou.

Hoyle já repreendeu com frequência o governo por anunciar medidas relativas à pandemia aos meios de comunicação antes de comunicar o Parlamento, assim como por não dar tempo suficiente aos deputados para debatê-las antes de colocá-las em vigor.

O governo de Boris Johnson já havia sido acusado de menosprezar os deputados após suspender a sessão parlamentar no ano passado, em um momento crucial no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, decisão que foi posteriormente anulada e declarada ilegal pelo Tribunal Superior.

Diante da pandemia, foi decretado um confinamento nacional em março, medida gradualmente suspensa durante o verão (inverno no Brasil).

Novas restrições foram introduzidas nas últimas semanas, porém, devido ao aumento do número de pessoas infectadas.

Johnson participou, nesta tarde, de uma coletiva de imprensa junto com as autoridades médicas para fazer um balanço da evolução da covid-19. Já são mais de 42.000 mortos no país, um dos mais afetados do mundo.

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