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Protestos por serviços públicos e escassez de combustível sacodem a Venezuela

Manifestantes montam barricada em protesto contra o abuso policial em Cúcuta, na fronteira entre Colômbia e Venezuela - Schneyder Mendoza/AFP
Manifestantes montam barricada em protesto contra o abuso policial em Cúcuta, na fronteira entre Colômbia e Venezuela Imagem: Schneyder Mendoza/AFP

Vivian Sequera

29/09/2020 20h45

Uma nova rodada de protestos começou a varrer a Venezuela, à medida que o descontentamento se intensifica no interior quase abandonado do país, devido ao agravamento da escassez de combustível e à falha constante dos serviços públicos, afirmou uma organização não governamental local nesta terça-feira.

De acordo com relatos recebidos pelo Observatório Venezuelano de Conflito Social, com sede em Caracas, mais de 100 protestos ocorreram desde o fim de semana em 19 dos 23 Estados da Venezuela para exigir que as autoridades forneçam água, energia e combustível.

A indústria petrolífera em colapso no país da Opep não é mais capaz de fornecer combustível para os venezuelanos, e anos de má gestão e corrupção deixaram grande parte da infraestrutura que leva energia e água em ruínas.

Um isolamento rigoroso imposto pelo presidente Nicolás Maduro desde março por causa da Covid-19 limitou ainda mais o movimento e as fontes de renda dos venezuelanos.

No passado, Caracas foi o centro dos movimentos de protesto da Venezuela, mas o governo priorizou as entregas de combustível nos postos de gasolina da capital, mantendo as ruas calmas.

No restante do país, os venezuelanos passam dias em filas em busca de gasolina, que muitas vezes nunca chega.

"Estamos diante de uma nova onda de protestos com a particularidade de que, desta vez, os protagonistas são os que vivem em vilas e cidades do interior da Venezuela", disse Marco Ponce, diretor do observatório, em entrevista coletiva online.

O governo de Maduro enviou forças de segurança para reprimir manifestações, levando a pelo menos 50 prisões, afirmou Ponce.

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário sobre a declaração do observatório.

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