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Eleitores da Suíça rejeitam claramente limitações a imigração da UE

27/09/2020 15h05

Por Michael Shields

ZURIQUE (Reuters) - Eleitores suíços rejeitaram com maioria esmagadora neste domingo a tentativa de um partido de direita de eliminar pacto que permite a livre movimentação de cidadãos da União Europeia, optando por estabilidade em meio à incerteza econômica causada pela pandemia de coronavírus.

O Partido do Povo Suíço (SVP) havia forçado um referendo sobre o pacto da UE em uma tentativa de limitar a imigração para o país, onde um quarto da população é de estrangeiros.

A medida perdeu, como esperado, por 62% a 38%.

“O pacto bilateral é correto para a Suíça e para a União Europeia. O povo suíço confirmou este pacto novamente”, afirmou a Ministra da Justiça, Karin Keller-Sutter, a repórteres, em Berna.

“É um grande dia para as relações entre a União Europeia e a Suíça”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no Twitter. “O povo suíço falou e enviou uma mensagem clara: juntos, temos um grande futuro pela frente”.

O SVP, maior partido do parlamento suíço, há tempos pressiona para recuperar o controle sobre a imigração, ecoando alguns argumentos de políticos pró-Brexit utilizados antes da saída do Reino Unido da União Europeia. Eles venceram um referendo de 2014 sobre o assunto, mas apenas para ver o parlamento minar sua implementação.

Adversários afirmaram que o plano teria diminuído as oportunidades de negócios para trabalhadores qualificados e prejudicariam acordos que reforçam o acesso da Suíça, que não é membro da UE, ao crucial mercado único do bloco.

Por volta de dois terços dos 2,1 milhões de estrangeiros vivendo na Suíça em 2019 são cidadãos da UE ou de Islândia, Noruega e Liechtenstein, que ao lado da Suíça são membros da Associação de Livre Comércio Europeia (EFTA, sigla em inglês).

Mais de 450.000 suíços vivem na União Europeia.

Os eleitores também bloquearam a tentativa de facilitar a caça a lobos, considerados uma ameaça ao gado.

Eles ainda aprovaram com pequena margem os planos do governo de comprar novos jatos de guerra por até 6 bilhões de francos suíços (6,46 bilhões de dólares).

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