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Armênia declara lei marcial em meio a conflito com Azerbaijão

27/09/2020 10h41

A Armênia decretou a lei marcial e mobilização geral na região autônoma de Nagorno-Karabakh neste domingo (27) após bombardeios serem realizados na área por uma resposta militar do Azerbaijão. A região, que vive sob constante tensão desde o fim da década de 1980, registrou incidentes e ataques dos dois lados desde a noite do sábado (26).

O conflito teria sido iniciado após rebeldes separatistas de Nagorno-Karabakh, apoiados pelo governo armênio, terem atacado forças do Azerbaijão que, por sua vez, responderam a ação com bombardeios.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, afirmou que seu país irá lançar ainda mais "golpes devastadores" contra os separatistas e que sairá "vencedor" da disputa. Já o premier armênio, Nicol Pashinyan, pediu para que todos "estejam preparados para defender a pátria porque nós vamos vencer".

A região autônoma de Nagorno-Karabach fica no território do Azerbaijão, mas tem a maioria da sua população de origem armênia —além de contar com o apoio do governo de Erevã. Entre o fim da década de 1980 e o início da 1990, um conflito armado separatista terminou com mais de 25 mil mortos e uma indefinição política que dura até hoje.

As negociações de paz estão paradas há anos e não há previsão de uma solução pacífica para a área.

A escalada da tensão no fim de semana colocou em alerta diversos governos internacionais, que estão dos dois lados do conflito. A Rússia pediu um "cessar-fogo imediato" entre os dois lados.

"Fazemos um apelo para que as partes façam um cessar-fogo imediato e que sentem à mesa para estabilizar a situação. [...] Bombardeamentos intensos estão ocorrendo ao longo da linha de contato", disse em comunicado oficial o Ministério das Relações Exteriores.

Aliados históricos do Azerbaijão, os turcos também se manifestaram, mas atiçando ainda mais o conflito.

Segundo uma nota divulgada pelo governo de Recep Tayyip Erdogan e publicada pela agência oficial de notícias Anadolu, a Turquia "condena com força o ataque armênio contra o Azerbaijão, que provocou vítimas civis" e que é "uma clara violação das leis internacionais". "O Azerbaijão defende a sua terra porque Karabakh lhe pertence", diz a nota em que "promete vingar o sangue dos mártires".

Já a União Europeia adotou uma linha de mais cautela e pediu o fim dos conflitos.

"As notícias sobre as hostilidades na zona de conflito de Nagorno-Karabakh nos causam grave preocupação. A ação militar deve cessar, com urgência, para evitar uma escalada do conflito. Um retorno imediato às negociações, sem pré-condições, é a única via a ser seguida", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em seu Twitter.

O Ministério das Relações Exteriores da Itália também se manifestou oficialmente e disse ter "preocupação com os graves combates na linha de contato entre as forças" dos dois países.

"A Itália pede às partes que cessem imediatamente a violência e iniciem todo o esforço, em particular sob o desejo da OSCE, para prevenir os riscos de uma escalada da violência", diz o comunicado.

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