Em atitude rara, Coreia do Norte pede desculpas por matar sul-coreano
O líder Kim Jong-un pediu nesta sexta-feira (25) desculpas pelo assassinato de um sul-coreano nas águas territoriais da Coreia do Norte. O gesto raro foi noticiado pelo gabinete da presidência de Seul e visaria evitar uma escalada da tensão com a Coreia do Sul, onde o caso provocou forte indignação.
Kim enviou uma carta à presidência sul-coreana que foi lida pelo conselheiro de Segurança Nacional, Suh Hoon. Na mensagem, o líder norte-coreano chamou o incidente de "vergonhoso" e pediu desculpas "por ter decepcionado o presidente Moon Jae-in e os sul-coreanos".
O pedido de desculpas da Coreia do Norte, em particular do próprio Kim, é algo extremamente incomum. A mensagem foi divulgada em um momento de paralisação das relações entre as Coreias, assim como das negociações entre Pyongyang e Washington sobre a questão nuclear norte-coreana.
De acordo com a carta, os soldados atiraram quase 10 vezes contra o homem que entrou ilegalmente nas águas do país e não se identificou. Ele trabalhava na indústria pesqueira e desapareceu na segunda-feira (21) do barco onde navegava perto da ilha sul-coreana de Yeonpyeong, segundo uma fonte militar do país.
Corpo queimado
Ele foi localizado e abatido na terça-feira (22) pelos soldados norte-coreanos. Em seguida, seu corpo, que ficou no mar, aparentemente foi queimado por medida de precaução, devido à pandemia de Covid-19. Segundo a imprensa sul-coreana, o homem de cerca de 40 anos e pai de dois filhos, tinha divorciado recentemente e enfrentava problemas financeiros. Ele estaria tentando se refugiar na Coreia do Norte
Este foi o primeiro sul-coreano assassinado pela Coreia do Norte em 10 anos. Em novembro de 2010, o exército de Pyongyang bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que fica a um quilômetro e meio da fronteira marítima com o Norte, e matou quatro pessoas, dois civis e dois soldados.
Alguns meses antes, um navio de guerra, o "Cheonan", foi torpedeado, de acordo com Seul, por um submarino norte-coreano, um ataque que matou 46 marinheiros. Pyongyang sempre negou qualquer envolvimento. Até a tarde desta sexta-feira, a Coreia do Norte ainda não havia confirmado o envio da carta de desculpas à presidência sul-coreana e a mídia oficial do país não fez nenhuma menção sobre o caso.
Leif-Eric Easley, professor da Ewha University de Seul acredita que essas supostas desculpas de Kim "reduzem o risco de uma escalada entre as duas Coreias e mantém viva a esperança de uma reconciliação com o presidente Moon Jae-in".
(Com informações da AFP)
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